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Entrevista com um psicólgo

O fenômeno da depressão e as maneiras de superá-la

Todas as pessoas enfrentam transtornos psicológicos de diferentes naturezas. A depressão talvez seja o mais sério desses distúrbios.

É verdade quando dizem que as pessoas podem apresentar diversas manifestações da depressão por muitos anos, ao mesmo tempo em que convencem a si mesmas de que tais problemas são apenas questões pontuais e passageiras.

Este artigo oferece algumas dicas para você ser capaz de reconhecer o transtorno e para te ajudar a superar a depressão diagnosticada por um profissional.

Conteúdos:

O que é a depressão?

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A depressão pode ser descrita de diversas maneiras por meio de termos clínicos, estatísticas, metáforas e dos sentimentos apresentados pelo próprio paciente.

William Styron, famoso autor das obras “Escuridão Visível: uma memória de loucura” e “A Escolha de Sofia”, vivenciou o lado sombrio da doença em primeira mão. Isto o tornou capaz de descrevê-la com bastante precisão: “No caso de uma depressão severa, o sofrimento é completamente inimaginável para alguém que nunca o vivenciou. Em alguns momentos, pode ser completamente insuportável”.

A depressão não afeta apenas ricos ou pobres, pessoas comuns ou famosas. As obras de Van Gogh e de Picasso foram pintadas em tons perturbadores. Algumas manifestações agudas de sentimentos de desconforto podem ser percebidas na música de Beethoven, Schumann, Tchaikovsky e Bach.

A depressão é uma doença que tira a alegria da vida e faz as pessoas se sentirem desamparadas e sem valor, conforme pode ser percebido nos relatos dos pacientes. Uma jovem que entrevistamos descreveu sua vida dizendo “Eu não sinto nada, eu acordo de manhã e não sei o que fazer comigo mesma. Se eu começo a fazer alguma coisa, não consigo terminar. Começo a chorar do nada, não tenho disposição alguma”.

A depressão é uma doença que não está relacionada à idade. Ela se assemelha a um turbilhão de emoções que pode derrubar alguém, tirando totalmente sua força e seu desejo de viver. Sua intensidade é assustadora. De acordo com inúmeras fontes, a depressão afeta cerca de 350 milhões de pessoas no mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, em 2020, a depressão ocupou a segunda posição no ranking de doenças, atrás apenas das doenças cardiovasculares.

Como compreender o que você tem?

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Há uma linha tênue entre uma tristeza “normal” e a depressão, que é uma doença um tanto vaga. Entretanto, existem sintomas que ajudam a distinguir um sentimento transitório da doença em si. A depressão pode ser definida como a perda de interesse no que está acontecendo no mundo ao redor, forçando a pessoa a funcionar como se estivesse em câmera lenta, a enxergar o mundo de maneira melancólica e pessimista e a pensar no futuro sempre por uma perspectiva negativa.

Sintomas gerais da depressão

Os seguintes sintomas caracterizam a depressão e são relatados como os mais frequentes entre os pacientes:

  • solidão, apatia e sentimento de arrependimento;
  • cansaço e perda de energia;
  • falta de vontade em se comunicar com outras pessoas, inclusive com familiares e amigos;
  • falta de interesse em tarefas e atividades diárias;
  • sentimento constante de insatisfação, choro;
  • agitação excessiva, irritabilidade, explosões incontroláveis de agressão;
  • problemas de apetite e sono, redução da libido, perda ou ganho de peso;
  • um senso de culpa inexplicável, sensação de vazio, desamparo, falta de esperança, ansiedade e pensamentos suicidas.

O diagnóstico correto deve ser buscado aos primeiros sinais da depressão. A doença pode ser diagnosticada quando ao menos quatro sintomas aparecem simultaneamente e persistem por, no mínimo, duas semanas.

Tipos de depressão e suas origens

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O espectro dos graus de depressão é tão amplo quanto o número de pacientes diagnosticados com a doença. Podemos falar sobre a depressão quando alguém apresenta oscilações de humor (depressão sazonal) ou passa por uma experiência traumática (forma psicogênica). Neste último caso, a origem pode ser um evento traumático grave, por exemplo, a perda de um ente querido (forma endógena) ou alterações bioquímicas no corpo em decorrência de uma doença (forma somática).

Há diferenças entre a depressão nos homens e nas mulheres?

Não há nenhuma evidência que indique que a depressão acomete homens e mulheres de formas diferentes. Os sintomas podem se manifestar exatamente da mesma forma. Entretanto, as estatísticas mostram que o gênero pode ter uma influência direta na maior predisposição à depressão.

Para abordar este assunto com mais detalhes, é importante apontar as diferenças sociais, psicológicas e biológicas entre os diferentes sexos.

1. Diferenças Sociais

Especialistas afirmam que até 65% dos casos de depressão em homens permanecem sem diagnóstico. Isto é verificado pelo fato de que homens são menos propensos a buscar a ajuda de um psicólogo. Em grande parte, esse comportamento decorre de sentirem vergonha dos sintomas, optando por tentarem sair da depressão por conta própria. Como resultado, a incidência de homens alcoólatras e viciados em drogas é muito mais alta do que em mulheres.

2. Diferenças Psicológicas

As percepções de homens e mulheres sobre a forma de resolver de problemas variam bastante. As mulheres investigam as causas de uma situação difícil, analisam suas experiências passadas e consideram todos os aspectos envolvidos. Os homens, por sua vez, adotam atitudes concretas para resolver seus problemas. Portanto, em uma situação desesperadora, eles estão muito mais propensos a recorrer ao suicídio. De acordo com médicos legistas, os suicídios em homens podem chegar a 80% do total de casos.

3. Diferenças Biológicas

Fatores biológicos, como traços físicos e alterações hormonais, também podem influenciar no surgimento da depressão em homens e mulheres de maneiras diferentes.

Como a depressão se manifesta nas mulheres?

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A depressão é duas vezes mais comum em mulheres do que em homens. Isto se deve às suas características, fatores hormonais, sua percepção psicológica da realidade e seus padrões de comportamento.

Fatores que afetam a depressão nas mulheres:

1. Status de Relacionamento

Este é um dos fatores de risco mais comuns. A depressão é menos comum em mulheres solteiras do que entre as casadas, enquanto que se verifica o oposto entre homens. Isto pode ser explicado pela influência dos papéis sociais que ocupam. É interessante notar que este fenômeno quase nunca é encontrado em certos círculos sociais, por exemplo, em países mediterrâneos, onde o papel da mulher em casa é valorizado sendo um traço da tradição local.

2. Relacionamentos Familiares

O risco de uma mulher desenvolver depressão está associado não apenas ao fato de estar ou não casada, mas também às suas relações familiares, o que está relacionada à facilidade de interagir com seus parceiros. A falta de intimidade, de confiança e os conflitos conjugais causam estresse, o que priva estas mulheres de uma fonte de apoio e diminui sua autoestima.

3. Vida Profissional

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O risco de desenvolvimento de um quadro depressivo é aumentado pelo desemprego. O trabalho já se provou ser um fator que ajuda as mulheres a resistirem aos acontecimentos negativos da vida, tornando-as mais organizadas, ativas, determinadas e controladas.

4. Padrões de Pensamento

As diferenças entre os gêneros quanto aos padrões de pensamento também contribuem para o surgimento de transtornos depressivos. As mulheres tendem a ter uma autoestima mais baixa que os homens. Portanto, elas tendem a se manter mais focadas em si mesmas e em suas emoções do que agir em resposta aos acontecimentos negativos. É mais difícil para mulheres se distraírem de seus pensamentos perturbadores e, consequentemente, melhorarem seu bem-estar por conta própria.

5. Período Pós-Parto

Outro fator de risco é o período do pós-parto. Este momento sofre influência das dores do nascimento de uma criança, das rápidas alterações hormonais e também sobre o corpo da mulher. As novas mamães se vêem diante de um novo papel social em que precisam direcionar seus esforços para cuidar de seu recém-nascido, o que também é um grande fator de estresse.

6. Menopausa

Este período é caracterizado por quadros isolados de depressão. As mulheres que já sofreram de depressão anteriormente, que têm fortes crises de tensão pré-menstrual ou que tiveram sintomas severos de depressão pós-parto são mais suscetíveis a tais manifestações.

Como a depressão se manifesta nos homens?

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Homens tendem a alcançar mais poder e sucesso que as mulheres. Eles não gostam de admitir suas fraquezas, portanto são menos propensos a falar sobre suas experiências.

Fatores que contribuem para a depressão em homens:

1. Relacionamento Afetivo

Estudos indicam que a causa mais comum de depressão em homens está ligada aos problemas no relacionamento ou casamento. Brigas e discussões trazem um desconforto físico ao homem, portanto ele tende a fugir disso. Caso não consiga, o homem adota uma postura egocêntrica e tem maior dificuldade em escapar da depressão.

2. Relações Sexuais

A depressão faz com que o homem perca o interesse em seu próprio corpo e, portanto, nas relações sexuais. Os antidepressivos apenas agravam esta situação. Um aumento da libido costuma estar associado a uma forma de melhorar o humor.

3. Gravidez e Filhos

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Descobriu-se que um em cada dez homens enfrentam questões psicológicas ao se tornarem pais. A necessidade de dedicar mais tempo à mãe e à criança leva ao cansaço e a maior dificuldade em se concentrar no trabalho. A depressão é agravada quando sua esposa está passando pela mesma dificuldade em lidar com a nova realidade ou a família está enfrentando problemas financeiros.

4. Desemprego e Perdas no Trabalho

Perder um emprego, seja por qualquer motivo, pode ser um evento muito estressante. De acordo com estudos, um em cada sete homens desempregados entram em depressão dentro de seis meses após o desligamento do seu antigo trabalho.

5. Aposentadoria

Atingir a idade de aposentadoria e a própria aposentadoria em si podem ser bem difíceis para o homem, especialmente quando seu parceiro ainda está trabalhando. É muito difícil para ele se adaptar a uma nova rotina de vida.

6. Estado Emocional e Humor

A depressão é comum entre homens mais tímidos, que não estão em um relacionamento estável e que têm dificuldade em defender seus direitos e se estabelecer na vida.

É possível superar a depressão sem a ajuda de um médico?

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Não existe um remédio mágico que seja eficaz para qualquer paciente. No entanto, isto não significa que não existe solução para a depressão.

Para superar a depressão, você deve primeiro reconhecê-la. A doença nos lembra que o lado sombrio da realidade é tão parte de nós quanto o lado alegre e divertido. A depressão pode ser uma oportunidade para o crescimento mental e espiritual. Mesmo assim, quando não tratada, esta condição pode evoluir para uma doença mental séria.

Infelizmente, apenas 50% dos pacientes fazem terapia. Uma pessoa que está sofrendo de depressão cai em diversos ciclos viciosos: superar a doença requer empenho e dedicação, que faltam na pessoa depressiva. Portanto, as pessoas não conseguem se curar por conta própria apenas “mantendo-se firme”.

Diversos tratamentos são empregados contra a depressão. No entanto, fica a critério do médico decidir qual é o mais indicado no caso concreto. Em casos mais leves, a medicina e a terapia ajudam. No caso de depressões severas, a hospitalização pode ser necessária. O tratamento contra a depressão é um longo processo. Entretanto, ao buscar a ajuda de um médico, entre 80 e 90% dos pacientes conseguiram se recuperar com sucesso.

Como superar a depressão por conta própria: dicas dos psicólogos

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Com um grande desejo de sair deste estado depressivo, uma pessoa pode conseguir lidar por conta própria. Por outro lado, se o paciente não quiser tomar nenhuma iniciativa em direção a sua recuperação, então nem um psicólogo ou psiquiatra poderá ajudá-lo.

Como agir em diferentes situações?

Se a depressão é o contrário da alegria, permita-se vivenciar momentos alegres.

1. Felicidade em um Relacionamento

Como lidar com a depressão que decorre de um relacionamento tóxico? Vale a pena tentar resolver os mal-entendidos e os conflitos. Se não for possível, tente minimizar o contato com as pessoas tóxicas ao máximo. Se você vive com esta pessoa debaixo do mesmo teto, faça tudo que for possível para se libertar desta relação destrutiva. Caso esta relação tóxica seja do seu trabalho, busque uma mudança de trabalho, ainda que você esteja no mesmo cargo há anos. O seu trabalho não pode ser mais importante do que a sua saúde.

2. Interações Sociais

Em nosso planeta, muitas espécies vivem um estilo de vida solitário. No entanto, os seres humanos são espécies que andam em bando, o que significa que precisamos de outros humanos para manter a nossa saúde mental e nossa felicidade. Em alguns casos, até o apoio de um amigo ou parente pode ser suficiente para ajudar a sair da depressão. O carinho, a aceitação e a bondade podem fazer maravilhas. Não se torne alguém antissocial. Encontre alguém e forme vínculos duradouros.

3. Felicidade na alimentação

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A comida afeta o nosso bem-estar. Se a sua dieta é centrada em alimentos que não são saudáveis, as chances de superar a depressão são pequenas. Mudar seus hábitos alimentares é difícil, mas pode ser feito gradualmente. Substituir os refrigerantes por água ou suco, a pizza pelo pão integral, frutas e castanhas. Assim, você conseguirá, aos poucos, transformar seus hábitos alimentares mais saudáveis em uma dieta que te auxilia na sua cura. Cuidado com a tentação de ingerir bebidas alcoólicas. Ela pode até trazer um alívio momentâneo, mas no fim, só irá piorar a sua condição.

4. Correndo em direção a felicidade

Não existe felicidade sem uma dieta saudável e também não existe felicidade sem atividades físicas. Você não precisa passar metade do dia na academia. Uma pequena caminhada três vezes na semana é suficiente para mexer o corpo. O cérebro oxigenado produz endorfinas, que são os hormônios responsáveis pela alegria. Por isso, os corredores ficam eufóricos ao final de uma prova. Tudo que é necessário são os exercícios, de preferência em espaços a céu aberto. Faça exercícios por pelo menos 30 minutos, de 3 a 5 dias na semana.

5. Felicidade com animais domésticos

Animais ajudam a superar a depressão. É difícil negar o poder calmante dos bichos de estimação. A comunicação com os cães ajuda a manter uma atitude positiva, reduzir o estresse e aumentar a autoestima.

Com um animal em casa, as pessoas conseguem focar melhor e deixar de lado os pensamentos negativos. Animais dão acolhimento, amor incondicional e alegria, eles nuncam julgam e sempre perdoam. Assim, seu efeito positivo no tratamento da depressão segue inquestionável.

6. Limpeza do seu ambiente

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Em um momento de dificuldade, muitas vezes, nós não percebemos como o ambiente ao nosso redor é desordenado e nossa vida, caótica. Declare guerra contra a depressão promovendo uma grande limpeza. Tente se livrar dos objetos que você não usa há mais de um ano. Faça a mesma limpeza com seus documentos. A organização de um arquivo de papéis, cartas e fotografias vai te trazer um senso de estabilidade e controle sobre sua própria vida e vai melhorar seu humor.

7. Conectando-se com a natureza

Quando sua rotina é cheia de preocupações e problemas, a natureza pode dar mais força a essa pessoa para superá-los. Ar fresco, árvores, sol e passeios em belos lugares podem ser formas maravilhosas de cura.

Terapias que envolvem a natureza ajudam a relaxar e reduzem os níveis de estresse. A jardinagem pode melhorar a saúde mental, tanto que em Londres, há um parque especial chamado Sydenham Park onde são oferecidas sessões de jardinagem terapêuticas. De acordo com uma voluntária do parque, que começou a frequentar as aulas como paciente, “este lugar é um oásis. Quando você chega aqui, o mundo externo deixa de existir pra você”. Este é um ótimo exemplo de como usar a natureza como forma de cura.

Como ajudar aqueles que você ama a superar a depressão?

Se alguém da sua família está deprimido, não finja que não está vendo. A primeira coisa a se fazer é buscar um médico para ajudar a fazer o diagnóstico correto e prescrever um tratamento. Isto deve ser feito sempre que o paciente não esteja vendo os sintomas que já estão claros para todos os demais e, portanto, não está em condições de tentar sair desse quadro sozinho.

O tratamento para depressão é o momento certo para liberar seus sentimentos mais pesados. A falta de motivação de manter as tarefas diárias ou de interagir com outras pessoas é o sintoma mais comum. O apoio daqueles ao nosso redor pode ser expressado estando presente quando for preciso, evitando julgamentos, demonstrando empatia e ajudando a pessoa que está enfrentando a depressão.

Certamente este é um processo difícil. Ainda assim, você deve tentar com afinco, já que em tais situações a própria saúde e a vida do paciente estão em risco. É importante demonstrar que você está disponível para aqueles que você ama sempre que eles precisarem.

O que certamente deve ser evitado?

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Como já falamos, a depressão não é apenas um mau-humor. Uma pessoa deprimida não quer seguir em frente. Ela não vê motivos para acordar de manhã, não se importa com a sua aparência e não tem motivação para realizar as tarefas mais simples.

Alguns podem falar que uma pessoa sofrendo de depressão está apenas sendo preguiçosa, já que muitos fazem essa associação equivocada. O maior dano que você pode fazer por alguém nestes casos é compreender mal o que a pessoa está enfrentando. Assim, é importante não falar coisas que só farão com que a pessoa se sinta ainda pior.

Quais frases devem ser evitadas?

1. “Você está pensando demais”

Isso significa que você acredita que o problema não existe além da cabeça da pessoa. Ao afirmar que não há nada acontecendo, você faz com que o outro se sinta culpado. Fica claro que sua realidade deve ser reavaliada e que você não vê nenhum esforço da pessoa nesse sentido.

2. “Não seja infantil”

Comportar-se como uma criança significa não saber lidar com as próprias dificuldades. Os adultos enfrentam dificuldades muito maiores do que as crianças e passam por situações e problemas muito mais delicados. Eles processam fatores de estresse e consciência das suas emoções de maneira diferente.

3. “Aham, você vai dar um jeito”

Alguém pode resolver o problema de um quarto entulhado e não liberar espaço na sua mente. A depressão não é um objeto que pode ser descartado. Além de admitir que tem uma condição psicológica, essa pessoa tem que lidar com inúmeros problemas, muitos que carrega desde a sua infância. Mesmo com ajuda profissional, este processo é um longo caminho e não é fácil.

4. “Você deve sair de casas mais vezes”

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Ser mais ativo é altamente recomendado no tratamento da depressão. No entanto, você está lidando com alguém que tem dificuldade de sair até da cama. Não tente forçá-la a ir pra rua. Provavelmente, você não vai conseguir. Conhecer e encontrar pessoas é a última coisa que alguém com depressão quer, então respeite sua decisão de não querer sair de casa.

5. “Pessoas normais não têm problemas”

É normal ter sentimentos desagradáveis em alguns momentos, assim como compreender a situação e querer sair dela. Tudo o que você pode fazer é ajudá-la neste processo. No entanto, caso você não queira ou não possa estar ali, afaste-se e não torne este processo ainda pior.

6. “Você precisa se ocupar mais”

É ingênuo pensar que a depressão pode ser curada apenas com uma rotina cheia de compromissos. É claro que o trabalho mantém a pessoa ocupada, o que lhe deixa menos tempo para pensar em coisas ruins. No entanto, não basta sair da cama e arrumar o que fazer para os problemas desaparecerem. No melhor dos casos, a depressão será afastada momentaneamente por algumas horas.

7. “Para de reclamar e de sentir pena de si mesmo!”

Por que não? Todo mundo pode fazer isso. Problemas, mau-humor e questões de bem-estar costumam provocar uma vontade de chorar e de reclamar. Neste caso, esteja ali para a pessoa e ofereça um ombro amigo.

8. “Outras pessoas também têm problemas!”

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Assim, você afirma que a pessoa não tem direito de se sentir mal já que problemas acontecem com qualquer um. Dessa forma, você retira o direito de alguém sentir e passar por suas próprias experiências de vida e faz com que a pessoa se sinta culpada de existirem outros problemas no mundo, como guerras, fome e a pandemia de coronavírus. A questão não é todo mundo passar pelos mesmos problemas, mas como para essa pessoa está sendo particularmente difícil.

9. “Eu imagino o que você está sentindo”

Não, você não consegue imaginar. Uma pessoa que não passou por uma depressão nem teve ninguém próximo que tenha passado não pode compreender o que significa. Ficar com raiva do seu chefe ou se sentir cansado não é a mesma coisa que estar deprimido.

10. “Não faz isso, você parece lastimável”

Isso é a coisa mais egoísta que pode ser falada para alguém e soa como se você dissesse “eu não me importo com o que você está sentindo, mas olhar pra você está me fazendo mal”. É essa mensagem que você está passando. Mesmo com a melhor das intenções, mostra que você tem um sentimento de pena. Pense nessas palavras e reflita se você gostaria de ouví-las caso estivesse nesta situação.

Livros Interessantes

Para entender a origem dos transtornos depressivos e suas características, selecionamos alguns livros que podem ser úteis pra você:

1. Jon Kabat-Zinn – “Atenção plena” e outros livros

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O psiquiatra Jon Kabat-Zinn fala sobre as práticas que derivam das tradições de meditação budistas. Ele provou que a meditação terapêutica é eficaz no tratamento da depressão.

2. Antoni Kepinski “Melancholia”

Este é um livro sobre a depressão, tristeza e neuroses que podem surgir nas pessoas de diferentes idades. Apesar deste psicoterapeuta polonês ter escrito a obra na década de 1970, o assunto é relevante e atual.

3. Michael Cunningham “As Horas”

Este romance recebeu o prêmio Pulitzer, mas foi totalmente ofuscado pela adaptação para o cinema estrelando Meryl Streep, Julianne Moore e Nicole Kidman. No entanto, a versão do livro “As horas” explora com maior profundidade o efeito que a depressão causa na mente e como ela se apresenta de diversas formas. A conclusão é que todos sofrem de alguma forma de depressão, ainda que de diferentes intensidades e manifestações.

4. Stephen Chbosky “As Vantagens de Ser Invisível”

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Este romance reúne as cartas de Charlie, um adolescente que enfrenta um quadro de depressão. Ao contar a sua vida de maneira única, engraçada e, por vezes, devastadora, o leitor é conduzido por uma série de experiências e reflexões sobre a dicotomia entre querer fugir da sua vida e querer aproveitá-la.

5. Matt Haig “Razões para continuar vivo”

A história verídica do autor, um homem que enfrentou uma crise, venceu a depressão e aprendeu a viver de uma forma diferente.

6. Lori Gottlieb “Talvez você deva conversar com alguém”

Nesta obra, a terapeuta Lori Gottlieb narra uma jornada de autodescoberta e combina suas próprias histórias com as de seus pacientes oferecendo um relato belo e comovente que trata da importância de ouvir e sermos ouvidos.

A depressão é uma doença crônica muito séria e com alto índice de recaídas. Ela não vai desaparecer sozinha, trata-se de uma condição que requer tratamento. Quanto antes alguém buscar ajuda, maiores serão suas chances de uma completa recuperação. É importante que as pessoas lembrem-se do quão importante é a vida e de que não estão sozinhas. Com o apoio de médicos, familiares e amigos, as chances de cura dessa doença são altas.

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