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Segurança

A verdade sobre o coronavírus: mitos e realidade

Até agora, o coronavírus já tomou mais de 1500 vidas. No mundo todo, 6700 casos foram confirmados, sendo que os especialistas afirmam que estes números não chegam a representar o verdadeiro total, o qual deve ser muito maior.

Como ficar seguro em meio dessa crise? Ainda compensa ir buscar os pacotes enviados pela AliExpress, ou será melhor dar tchau para eles com um suspiro de alívio, enquanto eles são remetidos de volta para uma República Popular da China cheia de espirros e tosse? Estão dizendo que cães e gatos podem transmitir o coronavírus, então será que você precisa equipar o seu animal de estimação com uma máscara – por via das dúvidas?

Este artigo lida com estas e outras questões comuns, procurando desmascarar os mitos mais persistentes e disparatados que rodeiam esse vírus.

Conteúdos:

Primeiro mito: o coronavírus é uma arma biológica

Prostock-studio/Shutterstock.com

Até fevereiro de 2020, cerca de 40 tipos diferentes de coronavírus foram identificados e descritos. A palavra «corona» (coroa) não foi escolhida por acaso – ela se refere às protuberâncias espinhosas que rodeiam o cerne do vírus. É este aparelho biológico que permite ao vírus penetrar células saudáveis.

Os primeiros casos do coronavírus em humanos aconteceram em 1965, quando ele foi detectado em alguns pacientes com síndrome respiratória aguda grave (SARS, na sigla em inglês), mas ele logo desapareceu da vista do público. Em 2002, o vírus teve um sério ressurgimento na China sob a forma do SARS-CoV, uma doença virulenta que causava pneumonia atípica. Das 8 mil pessoas que foram diagnosticadas com o vírus, quase 10% morreram. A mídia global e a Internet deram bastante atenção ao SARS, mas após ter dominado as manchetes por um curto período, a discussão foi desaparecendo conforme o surto foi contido.

Prostock-studio/Shutterstock.com

Dez anos mais tarde, bateu às portas outra doença assustadora envolvendo um coronavírus: desta vez, o MERS-CoV, ou coronavírus da síndrome respiratória do Oriente Médio. Originando-se na Arábia Saudita, ele teve 183 casos confirmados e uma taxa de mortalidade de quase 20%.

Agora, temos o 2019-nCoV, uma doença com taxa de mortalidade de 2% onde a maioria das vítimas consiste de pessoas idosas. Um resultado pouco impressionante, se este vírus fosse uma arma biológica mortífera.

De acordo com os dados fornecidos pela Organização Mundial da Saúde, todo ano pelo menos 400 mil pessoas são infectadas com gripe, das quais de 3 a 5 milhões acabam contraindo complicações graves e de 290 a 650 mil morrem. Isto significa que, em números brutos, a gripe comum coloca o coronavírus no chinelo. Com isso em mente, faz sentido que a origem do 2019-nCoV tenha vindo de uma origem maliciosa? A resposta parece óbvia.

Segundo mito: você pode contrair o vírus através de um pacote enviado da China

Prostock-studio/Shutterstock.com

Vejamos algumas informações detalhadas sobre o coronavírus.

Estruturalmente, ele é quase idêntico a outros vírus, exceto pela camada exterior espinhosa. Esta camada consiste de proteína S, um tipo de proteína especial que permite ao vírus se forçar para dentro de células saudáveis. O coronavírus habita os corpos de humanos e animais e é propagado pelo ar, por transmissão por contato direto e por transmissão fecal-oral.

O coronavírus também consegue sobreviver fora de organismos – por exemplo, se um portador do vírus espirra, as células do vírus nas gotículas de muco permanecem ativas de 8 a 10 horas.

Vamos imaginar a seguinte situação: você comprou um par de meias, um smartphone ou qualquer outro item pela AliExpress. O tio Lao, que está doente em Wuhan, embala o pacote, conseguindo acrescentar ao pacote um espirro tremendamente preciso que transmite o vírus logo antes de lacrá-lo hermeticamente. Mesmo em um caso tão improvável, o vírus sobreviveria por um máximo de dois dias. Para sobreviver por mais tempo, ele precisaria de uma temperatura de cerca de -70 °C, o que simplesmente não é possível sem condições de laboratório.

Pacotes enviados da China raramente levam menos de duas semanas para chegar, o que quer dizer que a probabilidade do vírus sobreviver à viagem é praticamente inexistente. Se você teve a sorte de receber um pacote enviado super rápido, você pode esperar alguns dias antes de abri-lo para que o vírus morra – se por um grande acaso realmente existir um vírus ali.

É por isso que todos os pacotes da China passam pela alfândega sem problemas, as fábricas chinesas de meias continuam a operar e os canais do Telegram que postam super ofertas da AliExpress estão funcionando bem como sempre. Não existem barreiras postais entre a China e o resto do mundo, nem razão para que existam.

Terceiro mito: o coronavírus é fácil de diagnosticar

Prostock-studio/Shutterstock.com

Infelizmente, não há como esperar que os médicos consigam identificar imediatamente o coronavírus: dado que ele se manifesta de forma muito parecida com a de qualquer outra infecção respiratória viral, ele nunca vai ser um caso fácil de determinar. Os sintomas mais comuns do coronavírus, que também ocorrem com outras síndromes respiratórias virais, são:

  • temperatura corporal elevada;
  • tosse seca.

Outros sintomas, como falta de ar, fadiga e diarreia se manifestam em menos da metade dos casos.

Portanto, a única forma confiável de diagnosticar um paciente com coronavírus sem testes de laboratório é averiguar se o paciente esteve em contato com um portador confirmado do vírus. Por exemplo, o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde define que haverá caso suspeito de possível infecção caso o paciente:

  • apresentar febre e sintomas respiratórios (p. ex., tosse e dificuldade para respirar);
  • tiver histórico de viagem a área com transmissão local nos últimos 14 dias antes do início dos sintomas;
  • tiver tido contato próximo com caso suspeito nos últimos 14 dias antes do início dos sintomas;
  • tiver tido contato próximo com caso confirmado em laboratório.

Prostock-studio/Shutterstock.com

Todos esses indícios só são relevantes por um período de 14 dias, que é o período de incubação do vírus. Se você voltou da província de Wuhan há um mês e não apresentou qualquer sintoma desde então, pode ficar tranquilo que você está saudável.

O ponto principal aqui é: não saia tirando conclusões assustadoras caso aconteça de você tossir ou espirrar. No final de contas, o principal fator é o contato prévio com pessoas infectadas. A situação na China é exacerbada pela alta densidade populacional, enquanto que na Europa e na maior parte das regiões da América, a densidade é significativamente menor, o que funciona como um fator de supressão, ajudando a prevenir a infecção.

No momento, o único jeito de confirmar oficialmente a presença do vírus é através de um teste da reação em cadeia da polimerase, que procura fitas de RNA do 2019-nCoV. A principal medida profilática é a quarantina, mas não é preciso ser hiper cuidadoso e se trancar por meses a fio se você acredita que está doente. Dado que o período de incubação só dura por 14 dias, é perfeitamente seguro concluir que você está sem vírus caso nenhum sintoma tenha se manifestado por duas semanas.

Quarto mito: o coronavírus é especialmente perigoso para crianças

Prostock-studio/Shutterstock.com

É lógico pensar que as crianças são geralmente mais suscetíveis a vírus do que jovens adultos. Em comparação com homens e mulheres de vinte e poucos anos de idade, os sistemas imunes delas ainda não se desenvolveram completamente e seus organismos estão menos fortificados contra agentes externos perigosos.

No entanto, encaremos os fatos: as estatísticas que mostram que crianças têm maior probabilidade de contrair doenças respiratórios são inerentemente enviesadas. O viés ocorre pelo fato de que nós, como pais, amamos e valorizamos nossos filhos e, naturalmente, tendemos a ser extra cuidadosos quando eles espirram, tossem ou de alguma forma demonstram estar doentes. Um leve espirro é o suficiente para a criança ser coberta com camadas sobre camadas de cobertores, bombardeada com caldo de galinha e levada para o hospital.

Já quando nós nos sentimos mal, a história é bem outra. Mesmo se acordamos de manhã com uma tosse trovejante, narinas totalmente entupidas e uma voz rouca de ogre, ainda decidimos ir trabalhar em vez de correr para o hospital. Afinal, tirar uma folga interferiria com a nossa rotina e teria um peso financeiro. Assim, sintomas mais leves são colocados de lado sem pensarmos duas vezes: afinal, quem quer esperar em uma fila de hospital quando no trabalho temos papelada para resolver e, em casa, contas a pagar?

Dado que o nosso trabalho e responsabilidades tendem a levar precedência em relação à nossa saúde, as doenças em adultos acabam sendo documentadas mais raramente do que em crianças, o que distorce consideravelmente as estatísticas.

Mas mesmo se assumirmos que crianças pegam doenças muito mais frequentemente, será que mais crianças morrem de doenças como gripes e pneumonias? A resposta é não, ainda que a Organização Mundial da Saúde mencione infecções respiratórias como uma das principais causas de mortalidade infantil.

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Deixe o seu filho mais seguro nesses momentos alarmantes

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A infecção não é potente o suficiente para causar a morte de uma criança saudável. As principais vítimas aqui são pessoas de idade, que se encontram em perigo devido às muitas doenças crônicas acumuladas ao longo da vida. Isto não quer dizer que crianças não fiquem doentes – elas ficam, mas a chance de morrerem de infecções respiratórias agudas em geral, e do coronavírus em particular, é muito menor do que no caso da terceira idade. Como prova disso, as estatísticas atuais de mortalidade do 2019-nCoV mostram que 80% das mortes ocorreram em pessoas de mais de 60 anos.

Quinto mito: você pode pegar o coronavírus de cachorros ou gatos de estimação

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É verdade que os epidemiologistas suspeitam que a doença tenha se originado com morcegos ou cobras – a teoria no momento é que originalmente o vírus tenha sido contraído por pessoas que haviam decidido incluir carne crua de cobra ou morcego em suas refeições.

Também é verdade que o coronavírus pode residir nos organismos de quaisquer animais, inclusive nos de bichos de estimação. Eles podem contrair o vírus ao comer animais infectados ou suas fezes (cachorros são famosos por se permitirem ceder à esta última tentação culinária), bem como através de outros canais, como a transmissão pelo ar ou por contato direto.

Quais condições precisam ocorrer para que um cachorro, gato, porquinho da Índia ou cobra de estimação pegue o coronavírus? Antes de mais nada, contato com células ativas do vírus. Mas isso é provável, ou mesmo possível? Sim, é possível, assim como é possível que um raio atinja a mesma pessoa duas vezes ou uma moeda toque o chão com a borda para baixo – mas nem um pouco provável. Qual é a probabilidade do seu cachorro encontrar, durante uma caminhada, um filhote infectado vindo de Wuhan ou Hubei?

É muito mais fácil para pessoas do que para animais encontrar-se com portadores da doença. Assim, não há nenhuma necessidade urgente de levar seu Rex ou Totó para o veterinário a menos que você tenha fortes motivos para suspeitar que aconteceu um contato.

Sexto mito: você pode ser inoculado contra o coronavírus

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Existe uma prática estabelecida de vacinação contra gripes. Infelizmente, o vírus da gripe desenvolve mutações todo ano, razão pela qual os microbiologistas acabam sempre tendo de correr atrás com novas soluções. É por isso que a vacina contra a gripe não é uma solução inteiramente infalível e algumas pessoas acabam contraindo gripe de qualquer forma. No entanto, para a grandíssima maioria, a inoculação funciona bem – desde que seja para o agente contagioso certo.

Já com os coronavírus, as vacinas costumam ser menos eficazes e uma recuperação anterior da infecção não necessariamente resulta em imunidade contra ela.

Zhan Qingyuan, diretor de prevenção e tratamento da pneumonia no Hospital da Amizade China-Japão, diz que mesmo as pessoas que se recuperaram do coronavírus ainda estão vulneráveis a uma re-infecção. «No caso de pacientes que foram curados, há uma probabilidade de recaída», ele disse em uma sessão de informações. «O anticorpo é gerado, mas em certos indivíduos pode não durar muito tempo».

Conclusões e prevenção

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A mídia em massa e a Internet tendem a pintar o diabo como se fosse muito mais preto do que ele realmente é. Não é preciso ficar imaginando cobras e lagartos onde não existem – busque os seus pacotes da AliExpress com a cabeça tranquila e não isole os seus queridos bichinhos de estimação.

No entanto, vale a pena adotar alguns hábitos que podem ajudá-lo a combater infecções respiratórias, entre as quais o temido vírus 2019-nCoV. Aqui está uma breve lista de medidas preventivas:

      • procure limitar o tempo que você passa em ambientes públicos fechados, tais como meios de transporte público, shoppings e cinemas;
      • não interaja com pessoas doentes;
      • use uma máscara descartável e procure mudá-la a cada três horas;
      • lave as mãos muito bem após voltar da rua e faça um gargarejo com uma solução de água e sal ou água oxigenada;
      • lave as suas roupas exteriores com frequência;
      • use lenços descartáveis;
      • areje bem o seu apartamento ou casa e faça uma limpeza com água duas vezes por semana;
      • para fortalecer a sua imunidade, consuma alimentos saudáveis e incorpore exercício físico na sua rotina;
      • visite o seu clínico geral caso perceba sintomas de infecção respiratória.

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Você pode proteger a sua saúde e melhorar a imunidade ainda mais seguindo alguns conselhos gerais para o seu estilo de vida:

      • siga uma dieta equilibrada, consumindo com frequência frutas e legumes frescos;
      • faça exercício e procure se manter em boa forma;
      • tente conseguir pelo menos de 7 a 8 horas de bom sono;
      • aprenda a deixar os problemas de lado e aumentar a sua resistência ao estresse;
      • tente não se expor ao frio, especialmente as pernas;
      • não procure se curar por conta própria;
      • trate de doenças crônicas imediatamente, não deixe para depois;
      • pare de fumar e não exagere com bebidas alcóolicas.

Não caia nos mitos e fique saudável!

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