“Minha filha está sofrendo bullying e os pais do agressor não fazem nada! O que eu faço?”
Um de nossos leitores compartilhou a sua história:
“Minha filha virou alvo de uma “criança problemática” (seu agressor). Como posso ajudar a mudar isso? A escola está atuando, mas os pais da criança ainda evitam se envolver e inventam desculpas. Com a piora da situação, é só uma questão de tempo até começar a agressão física. O que eu devo fazer?”
Resposta do especialista em comportamento infantil, Roberto Meirelles:
O bullying nas escolas, que pode ser manifestado, por exemplo, pelo comportamento agressivo de uma criança da turma, está se tornando cada vez mais comum. Muitos pais têm que aprender a enfrentar este problema.
Recentemente, a legislação brasileira já disciplinou o bullying e exige a atuação das escolas nos casos ocorridos em suas dependências ou com seus alunos.
Mas muitos educadores ainda se questionam, o que fazer quando uma criança é agressiva com seus colegas? Nesse caso, pais e professores devem atuar na resolução deste problema.
1. Descubra a razão
A primeira coisa a entender é o motivo da agressão da outra criança. Muitas vezes, um comportamento agressivo ocorre para chamar atenção dos pais, que estão sempre ocupados. A criança se sente solitária e abandonada e a agressividade acaba sendo um escape. A agressão física é o último estágio, e também o mais grave. Geralmente surge quando a criança não sabe mais o que fazer para ser notada pelos pais.
Está preocupado que seu filho possa estar sofrendo bullying na escola e não esteja te contando? Você não consegue arrancar a verdade dele ou não consegue provar o bullying? Use a função de escuta ao vivo no aplicativo Findmykids. Baixe AppStore ou GooglePlay. Isso é totalmente de acordo com a legislação.
2. Converse com os professores
A segunda coisa a fazer é conversar com os professores. Abaixo estão algumas orientações para melhorar as relações entre os alunos em sala de aula:
- Não compare as crianças umas com as outras. Isso apenas cria uma distância ainda maior entre elas e serve como fonte para conflitos. É muito difícil não fazer comparações sobre o desempenho acadêmico quando chegam as notas, já que elas são a base do nosso sistema de avaliação escolar. Quando falamos de evitar as comparações, estamos nos referindo a comparação psicológica e pessoal, como “Você é ruim nisso e ela é boa”, “Ele é mais inteligente do que você” e assim por diante. É especialmente importante não comparar famílias e os pais de crianças entre si.
- Valorize as boas ações tanto quanto os resultados acadêmicos. É importante estar sempre atento ao comportamento das crianças. Por exemplo, quando um aluno apaga o quadro ou junta um lixo que estava no chão da sala de aula por iniciativa própria, esses pequenos gestos ajudam a estabelecer o contato e criar um ambiente amigável entre toda a classe.
- Crie oportunidades para as crianças trabalharem juntas, sem competição. Pense em atividades colaborativas em grupo, como jogos e tarefas em que devem construir algo juntos.
- Ensine as crianças a resolver seus problemas usando o diálogo. Explique o que você está fazendo e por que está dando esse conselho.
- Estimule a bondade e o respeito como os valores mais importantes da classe e sempre lembre as crianças disso. Você pode até criar “regras” positivas especiais de comportamento na sala de aula.
Leia mais em Bullying em escolas: métodos de prevenção e combate.
Quando isto acontece, os professores podem se ver diante de um dilema sobre como devem agir nessa situação. Durante o ano letivo, são previstos momentos de conversa entre os professores e seus alunos, quando podem falar não apenas sobre assuntos escolares, mas também de forma mais geral, sobre a vida.
3. Converse com seu filho
Em terceiro lugar, converse com o SEU filho. Por quê? Ao passar por uma situação como essa, é muito importante dizer ao seu filho que uma agressão pode surgir do nada e que é preciso compreender os sentimentos dessa menina, evitando uma resposta com agressividade para não agravar o conflito. Vocês podem conversar com a família da criança agressora, um dia, depois da escola, em um ambiente neutro, dizendo calmamente que entendem os sentimentos da criança e que um comportamento cruel e violento não deve nunca ser uma opção. Deixe claro que a intenção não é punir ou repreender a criança, mas sim ajudar e apoiar.
Aqui estão algumas recomendações:
- tente entender o que está acontecendo e busque perceber o motivo por trás do comportamento da criança agressiva. O que ela deseja alcançar com isso? Cada situação pode ser diferente e ter diferentes causas, inclusive quando outras crianças ou professores estão envolvidos;
- converse com seu filho sobre os limites pessoais e explique a ele que a resposta por meio de xingamentos e violência não são a solução para o problema;
- escute, apoie e evite censurar a criança quando ela falar sobre seus sentimentos;
- tente adotar a posição de um amigo que está ali para ajudar em um momento de dificuldade.
É muito importante conversar com as crianças e ajudá-las a entender seus colegas e a si mesmas.
No entanto, se você perceber que o problema não está sendo resolvido pacificamente por meio de conversas entre os pais, professores e as crianças, então você deve considerar acionar a polícia para tomar as medidas legais cabíveis e necessárias para resguardar a integridade do seu filho. Lembre-se de que esta opção deve ser considerada em casos extremos.
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