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Educação

O que é a inteligência emocional e como educar uma criança feliz

Hoje em dia, todo pai e mãe que que se preza acha que é essencial inscrever o filho em todos os tipos de atividades extracurriculares possíveis: aulas de idiomas, arte, aritmética mental… e a lista não para aqui. Com três anos de idade, os pais querem que a criança saiba falar inglês, contar até 100 e pintar como um Van Gogh.

Mas são raríssimos os pais modernos que dão atenção para o desenvolvimento do mundo emocional de seus filhos: as emoções da criança, a sua capacidade de comunicação e, de modo geral, tudo aquilo que entra na categoria de inteligência emocional. É comum pensarem que estes processos se desenvolvem automaticamente na mente da criança, sem nenhuma ajuda externa.

Este tipo de pensamento é um grande erro.

Quando a esfera emocional não recebe atenção, ela começa a retardar o desenvolvimento dos processos intelectuais da criança. A isto se une o impacto da tecnologia nas nossas vidas – o uso incessante de dispositivos eletrônicos, tanto na parte dos adultos quanto das crianças – que vai causando o fenômeno do “coração vazio”: as crianças perdem o contato com as emoções, viram menos sensíveis aos sentimentos de outros e passam a viver cada vez mais num mundo virtual, sem relacionamentos pessoais de verdade.

O que está acontecendo aqui é que a inteligência emocional delas não está sendo desenvolvida.

O que você, como pai ou mãe, pode fazer a respeito? A resposta é fácil: desenvolva a inteligência emocional da criança, ensinando a ela como compreender a si mesmo e aos outros.

Neste artigo, você descobrirá o significado da inteligência emocional e verá se ela afeta ou não o sucesso no aprendizado escolar. Além disso, você obterá uma visão melhor dos métodos e formas através dos quais é possível desenvolver a esfera das emoções e sentimentos de seu filho.

Conteúdos:

Inteligência emocional: significado e componentes

Prostock-studio/Shutterstock.com

A inteligência emocional é um tipo de inteligência responsável por permitir que a pessoa identifique as próprias emoções e as de outros indivíduos. Ela também é relacionada à capacidade que a pessoa tem de controlar as próprias emoções.

Os cientistas só começaram a se interessar por este campo há relativamente pouco tempo – a primeira pesquisa sobre a inteligência emocional foi feita em 1990. Os seus autores, Peter Salovey e John Mayer, identificaram quatro componentes da inteligência emocional:

  1. Percepção de emoções: a capacidade da pessoa de identificar as próprias emoções e as de outras pessoas (através de expressões faciais, movimentos, poses, comportamento e tom de voz).
  2. Compreensão de emoções: a capacidade de identificar os motivos que levaram a uma certa emoção em si mesmo e em outros; a identificação da conexão entre emoções e pensamentos.
  3. Saber lidar com emoções: a capacidade de suprimir, despertar e direcionar as próprias emoções, assim como as de outros, a fim de atingir determinados objetivos.
  4. Uso de emoções para estimular o pensamento: a capacidade de usar emoções para despertar a própria criatividade e estimular a atividade cerebral.

Em outras palavras, a teoria do desenvolvimento de inteligência emocional se baseia na experiência infantil de primeiro compreender e depois aprender a lidar com as próprias emoções.

Como a inteligência emocional ajuda a criança na escola?

Prostock-studio/Shutterstock.com

A especificidade da abordagem do aprendizado moderno exige da criança sempre mais concentração, reações rápidas a um ambiente volátil, o desenvolvimento de habilidades de comunicação e a supressão dos desejos do momento a fim de alcançar determinados objetivos.

Abaixo você temos um resultado interessante de um estudo recente sobre a inteligência emocional de alunos de ensino médio em uma escola secundária, em 2018:

Nível Nível altíssimo Nível alto Nível médio Nível baixo Nível muito baixo
Resultados em % 5% 15% 31% 23% 26%

Os alunos com níveis altos ou médios de desenvolvimento da esfera dos sentimentos estavam bem adaptados às condições da vida escolar. Eles conseguiam estabelecer e manter uma boa comunicação com os professores e obtinham resultados melhores do que os outros em seus estudos.

Já os alunos com desenvolvimento baixo ou muito baixo de inteligência emocional tinham dificuldades na comunicação com colegas e professores. Eles entravam em conflito com maior frequência e tendiam a se isolar do grupo. Além disso, eles tinham dificuldade em controlar seus estados emocionais em situações críticas ou de alta tensão. O nível do aprendizado deles não passava de regular.

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É essencial desenvolver a inteligência emocional?

Sem dúvida alguma, isso é importante. A fim de detectar o nível atual da inteligência emocional do seu filho, você precisa conhecer os sinais e critérios que permitem identificar uma baixa inteligência emocional, bem como os métodos para diagnosticá-la.

Sinais de um baixo nível de inteligência emocional

Prostock-studio/Shutterstock.com

O nível da inteligência emocional é chamado de “quociente emocional”, ou QE.

A pessoa que tem um nível baixo de QE:

  • Não consegue empatizar com outras pessoas. Tristeza ou alegria em outras pessoas não a afetam. Ela não consegue aceitar a ajuda de outros, já que não entende quais as intenções dos outros;
  • Não estabelece relacionamentos próximos de amor ou de amizade, já que tais relacionamentos exigem compromisso mútuo, reciprocidade emocional, empatia e apoio emocional. Mesmo se esta pessoa estabelecer uma família, não haverá ali uma atmosfera de carinho e atenção para com todos;
  • Tem dificuldade em controlar as próprias emoções. Pessoas assim podem estar na maior felicidade em um momento, só para logo depois ter uma crise de raiva ou de tristeza. Elas também se perdem em situações emocionalmente tensas;
  • Não compreende que a falta de controle das próprias emoções pode levar a consequências nefastas; este tipo de gente tende a culpar os outros, sem nunca assumir culpa em situações desagradáveis;
  • Não sabe como falar sobre sentimentos e não consegue responder a perguntas do tipo “O que você está sentindo nesse momento?”. Não consegue ouvir as próprias emoções.

Diagnóstico de QE

Prostock-studio/Shutterstock.com

Atualmente, existem três métodos de medir a QE em adolescentes e adultos:

  • Métodos que estudam as diferentes habilidades que, em conjunto, compõem a inteligência emocional;
  • Métodos que se baseiam na forma pela qual a pessoa pensa sobre si mesma;
  • Métodos que se valem da auto-estima da pessoa testada, ou de avaliações da inteligência emocional dela feitas por seus colegas, amigos ou familiares.

O diagnóstico do nível de inteligência emocional em crianças que estão na pré-escola ou já na escola usam testes projetivos de imagem, como por ex., “Continue a desenhar: o mundo de objetos, o mundo de pessoas, o mundo de emoções”. Também são usados questionários onde o nível de dificuldade varia.

Se você achar difícil realizar a diagnose da inteligência emocional da criança, converse com o psicólogo da escola ou jardim de infância dela.

Desenvolvimento da esfera de emoções e sentimentos da criança

Prostock-studio/Shutterstock.com

A partir de que idade é importante começar a desenvolver a inteligência emocional?

Desde o nascimento. Desde o primeiro dia de vida do seu filho. Vamos explicar melhor como acontece o desenvolvimento das emoções e sentimentos da criança a cada estágio de sua educação.

Primeiro nível (do nascimento aos três anos de idade)

O desenvolvimento da inteligência emocional da criança começa assim que ela nasce. O bebê vê os sorrisos da família, sente um toque afetuoso e aprende a receber e identificar emoções de alegria, amor e carinho.

Na terceira semana de vida da criança, ela começa a desenvolver uma série de reações: uma reação especialmente tocante que é dirigida aos adultos, sendo exprimida através de uma concentração visual nos rostos dos pais, seguida de sorriso, movimentos e sons.

A familiaridade do bebê com as emoções do medo, tristeza e dor começam com as primeiras câimbras, com o desenvolvimento dos dentes ou quando a mãe o deixa sozinho por um longo período.

Segundo nível: idade pré-escolar (dos 4 aos 7 anos de idade)

Prostock-studio/Shutterstock.com

O desenvolvimento da inteligência emocional da criança continua durante a idade pré-escolar. A criança se familiariza com os nomes das emoções, aprende a identificá-las em outras pessoas e encontra jeitos de vencer as emoções de raiva e agressividade.

A principal coisa nesta idade é que a criança vivencie toda a gama das mais variadas emoções. Mas nisto ela precisa ter todo o apoio dos pais. Lembre-se de quantas vezes você ouviu os seus pais dizerem, ou talvez disse você mesmo ao seu filho: “Não chore!”, “Você está triste sem razão”, “Pare de choramingar” ou “Não brigue, você é uma menina”. Isto é justamente a supressão das emoções da criança, a depreciação destas emoções, e isto não só entra no caminho do desenvolvimento da inteligência emocional da criança, mas até mesmo deixa a criança envergonhada pelos próprios sentimentos.

De acordo com os psicólogos, quando a criança interioriza emoções fortes na idade de pré-escola, existe um risco de futuras neuroses e problemas psicológicos se manifestarem na idade adulta.

Ao ser aceita ao jardim de infância, a criança adquire as suas primeiras capacidades de cooperação social, aprendendo a fazer amigos e a se comunicar com colegas e adultos.

Terceiro nível: idade escolar (dos 7 aos 10 anos de idade)

Prostock-studio/Shutterstock.com

Na idade escolar, ocorre o desenvolvimento mais intenso da inteligência emocional da criança. É aqui que ela adquire a compreensão de como aceitar seus próprios sentimentos e emoções, aprendendo a controlá-los. A criança começa a compreender os sentimentos de outras pessoas, descobre uma “linguagem” de comunicação mútua com elas e começa a conseguir imaginar como é estar no lugar de uma outra pessoa. A capacidade de empatia se desenvolve.

As duas principais fontes para estas descobertas são a própria família e a escola. Na escola, a criança participa da vida em classe e coopera com colegas e professores.

Pode acontecer da criança se deparar com colegas desagradáveis, que a maltratam. Com professores preconceituosos. Situações difíceis assim têm um papel importante na vida da criança, possibilitando que ela sinta as próprias habilidades – habilidades que, por um lado, trazem a alegria e orgulho das próprias conquistas, mas que por outro lado podem causar raiva e desapontamento.

É neste ponto que a inteligência emocional vira uma espécie de regulador da vida, definindo as informações emocionais necessárias e afastando as irrelevantes.

Quarto nível: adolescência (dos 10 aos 18 anos de idade)

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Esta idade se caracteriza pelo “turbilhão” de emoções e sentimentos, com os quais, para o adolescente, nem sempre é fácil de lidar. O jovem começa a perceber a própria exclusividade e originalidade, contrastando-se a si mesmo com outros, o que frequentemente leva a conflitos com colegas e adultos.

É difícil para o adolescente processar as emoções, e frequentemente as outras pessoas não entendem bem o que está acontecendo. Manifestações emocionais de adolescentes podem ser muito instáveis, passando de extrema alegria para acessos descontrolados de agressividade.

Por isso é importante que neste período agitado de crescimento os pais virem amigos compreensivos e solidários para com seus filhos – e não ditadores estritos, exigindo o tempo todo obediência a regras e normas. Mães e pais não devem rejeitar ou desvalorizar as emoções e ações difíceis (e às vezes controversas) de seus filhos.

Conselhos práticos para os pais

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É importante para os pais entender que não há emoções boas ou ruins. Cada emoção que é sentida pela criança é importante e necessária para que ela possa coexistir em harmonia com o mundo ao seu redor. A criança precisa conseguir criar, alterar e lidar com o mundo ao seu redor, compreendendo e vivenciando diferentes estados emocionais, tanto próprios quanto alheios. Isto é essencial para o sucesso do futuro dela.

O desenvolvimento da inteligência emocional é baseado nos passos que a criança vai dando, conforme aprende gradualmente:

Compreensão das emoções

Nesta altura, a criança está se familiarizando com a variabilidade do mundo emocional, aprendendo os nomes de cada emoção, como ela se manifesta nela mesma. A criança aprende a diferenciar entre as emoções e entender as razões por trás de cada sentimento.

Nesta idade, recomenda-se aos pais:

  • Ensinar a criança sobre sentimentos e emoções através de materiais visuais: imagens, livros, literatura infantil com ilustrações;
  • Ler contos de fadas e assistir juntos a desenhos animados com bastante conteúdo emocional;
  • Conversar sobre os próprios sentimentos e os sentimentos da criança em diferentes situações: “Agora estou muito bravo porque você quebrou a caneca”, “Vejo que você está aborrecida porque o seu carrinho favorito quebrou”, “Sua avó está feliz porque você deu um desenho tão bonito para ela”;
  • Perguntar para a criança, todo dia, “Como está o seu humor hoje?”, “O que você está sentindo hoje?”.

Compreensão dos sentimentos de outras pessoas

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A criança descobre que outras pessoas também têm emoções, aprendendo a identificar o que as pessoas sentem através de suas expressões faciais, pose e comportamento. A criança aprende a oferecer apoio emocional e a empatizar.

Nesta idade, é útil que os pais procurem:

  • Não tentar agir como uma pessoa ideal, alegre e cheia de entusiasmo 24 horas por dia. A criança precisa ver como você é na realidade: às vezes aborrecido, às vezes cansado, às vezes bravo. Só assim a criança poderá entender os sentimentos de outras pessoas e alterar o próprio comportamento de acordo com eles: “Meu pai está aborrecido, está com problemas no trabalho. Não vamos fazer muito barulho hoje, melhor assistir um desenho no seu quarto”;
  • Discutir o comportamento de personagens em histórias e desenhos animados: “O que você acha que a Cinderela sentiu quando voltou para casa depois do baile?”, “Como será que a Branca de Neve estava quando se perdeu na floresta e encontrou os anões?”;
  • Desenvolver o sentimento de empatia da criança. Não se esqueça de que o pai e a mãe são exemplos que ela copiai. Se não existe uma relação de confiança na sua família, uma atmosfera de carinho, aceitação e apoio mútuo, a criança não desenvolverá estes sentimentos.

Saber lidar com o próprio comportamento

Assim que a criança começa a entender e analisar o que ela sente, ela conseguirá controlar e lidar com seu estado emocional.

Os pais devem:

  • Ensinar à criança formas aceitáveis de dar vazão à raiva: bater no travesseiro, rasgar papéis, espernear;
  • Ensinar a prestar atenção a sensações corporais;
  • Escolher, juntamente com a criança, maneiras de melhorar o estado emocional dela: fazer uma caminhada, assistir um desenho animado, escutar uma música animada.

Interação social e uso de recursos emocionais para alcançar objetivos

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A fim de se tornar uma pessoa feliz e bem-sucedida no futuro, a criança precisa aprender a cooperar com as pessoas ao seu redor: estabelecer e dar apoio a relações interpessoais, ajudar nas horas certas, resolver conflitos, ser capaz de trabalhar em equipe. Para conseguir isso, é necessário compreender bem os sentimentos pessoais e os de outros. E, no topo da pirâmide, estes recursos emocionais podem ser usados para alcançar metas predefinidas, para se desenvolver e se autorrealizar.

É importante para os pais:

  • Desenvolver as habilidades de comunicação da criança através de jogos com adultos e colegas, desenhos animados e filmes, leituras com um tema de amizade e amigos;
  • Desenvolver uma auto-estima robusta e fortalecer a independência e autoconfiança da criança. Ela deve saber reconhecer a responsabilidade de cada ação e estar pronta para enfrentar as consequências.

Jogos, brincadeiras e exercícios para o desenvolvimento da inteligência emocional da criança

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Os psicólogos recomendam fazer uso de jogos e exercícios a fim de enriquecer a esfera dos sentimentos e desenvolver a inteligência emocional da criança em todas as idades. Isto tudo pode ser usado pelos pais para ajudar seu filho a se compreender a si mesmo e a outras pessoas.

  1. Jogos com pictogramas emocionais: prepare imagens com emoções de alegria, tristeza, raiva, medo, surpresa, calma, etc. Você pode usá-las separadamente ou criar uma espécie de “clube de humor”. Você pergunta à criança: “Qual é o seu humor hoje?” e ela escolhe a imagem correspondente. A seguir, você pode tornar o jogo mais difícil através de uma situação qualquer. Por exemplo: “A Catarina brigou com a melhor amiga dela, a Maria. O que você acha que ela sentiu? Qual é o humor dela agora?”
  2. Exercícios de “mostrar uma emoção”: a criança precisa usar expressões faciais e poses para mostrar a emoção certa, que é escolhida pelo pai ou pela mãe – ou vice-versa. Vocês podem fazer uma competição para ver quem apresenta melhor.

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  3. Assistir a desenhos animados e filmes ou fazer leituras, ao que se segue uma discussão dos sentimentos dos personagens principais.
  4. Brincar de “Fico feliz quando…”: a criança, o pai e a mãe se revezam em contar sobre situações que os deixam alegres, assustados, aborrecidos, surpresos, etc.
  5. Para se livrar da raiva: em situações onde a criança está com muita raiva ou extremamente aborrecida, use um “saco de pancadas de raiva” ou um “travesseiro de raiva” que pode ser socado, jogado no chão ou pisoteado. Desta forma, a criança libera as emoções fortes acumuladas sem causar dano a ninguém.

Isto é o que todo pai deve saber sobre a inteligência emocional de seus filhos e sobre a necessidade de desenvolver este tipo de inteligência. Se você quer criar uma pessoa feliz e bem-sucedida, que consegue viver em harmonia consigo mesmo e com o mundo ao seu redor, ensine a ela como se compreender a si mesma e aos outros!

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