«Mãe, estou com medo»: como ajudar seu filho a lidar com seus medos
O problema dos medos durante a infância é algo familiar para diversos pais. As crianças pequenas têm medo de vampiros, já as que estão em idade escolar têm medo de fazer uma apresentação na frente da classe e os adolescentes têm medo de parecer pouco atraentes para o sexo oposto.
A grande maioria dos medos infantis está relacionada à idade da criança e desaparece apenas com o passar do tempo. No entanto, caso o medo persista por um longo tempo, trazendo preocupação não apenas para a criança, mas também para os pais, é hora de atacá-lo com seriedade.
Neste artigo, você aprenderá o que são os medos diurnos e noturnos das crianças, com o que estão associados e como ajudar seu filho a superar seus próprios medos.
Conteúdos:
- Tipos de Medos
- Do que as crianças têm medo ao longo de suas diferentes faixas etárias?
- Principais causas dos medos infantis
- Como reconhecer o medo em uma criança?
- Como ajudar seu filho a lidar com seus medos?
- Dicas para os pais
Tipos de Medos
Os medos infantis podem ser divididos em duas grandes categorias: medos diurnos e noturnos.
Medos diurnos
Os medos diurnos das crianças podem ser dos seguintes tipos:
- Natural (baseado no instinto de autopreservação): medo da morte, do escuro, de altura, de animais, de desastres naturais, de barulhos altos, de espaços fechados ou apertados, de sentir dor.
- Social: medo de ficar sozinho, das pessoas, de receber um castigo, de estar atrasado, de ser repreendido.
- Situacional: medo como consequência de um evento traumático (por exemplo, uma criança que quase se afogou no mar, agora tem medo de nadar, ainda que em uma piscina).
- Pessoal: medos associados às características particulares de cada criança (timidez, isolamento, ansiedade).
- Imaginário: medo de monstros, Frankenstein, fantasmas, etc.
- Medos ou fobias obsessivos: um medo muito forte e irresistível associado a um evento ou fenômeno na vida de uma pessoa.
Medos noturnos (terror noturno)
Os medos noturnos nas crianças podem se manifestar sob a forma de pesadelos, sonhos, sonambulismo ou mesmo conversas durante o sono. Sonhos assustadores podem ser repetitivos e aterrorizar a criança quase todas as noites. Estes sonhos são o resultado do funcionamento do cérebro, que continua trabalhando mesmo durante a noite e processa todas as nossas informações recebidas durante o dia.
Alguns estudos demonstraram que aproximadamente 3% de todas as crianças no mundo, menores de 14 anos, sofrem de medos noturnos.
Principais causas dos medos noturnos em crianças:
- elevada sensibilidade, ansiedade e desconfiança das crianças, mas também de seus pais;
- estresse;
- alterações no ambiente familiar;
- motivos de doenças e febre;
- acidentes e medo;
- questões familiares difíceis (conflitos entre os pais ou divórcio);
- alienação parental;
- excesso de expectativas sobre a criança ou castigos físicos frequentes.
Na maioria dos casos, os pesadelos aterrorizam as crianças entre os 5 e 12 anos de idade.
A criança começa a ter medo de dormir sozinha, pede para deixar as luzes acesas ou para que um dos pais deite com ela. Seu sono pode ser muito agitado, com a criança se mexendo e se virando frequentemente e, às vezes, até gritando. De manhã, a criança sente um maior cansaço e até mesmo apresentar sinais de exaustão, depressão e fazer birras sem aparente motivo. Os pais, por sua vez, também começam a ficar nervosos e irritados com a criança e acaba que, à noite, tudo começa de novo, a inquietação, o aumento da ansiedade e da falta de vontade da criança em ir dormir.
Para evitar que essa situação se torne crítica e os medos noturnos da criança não se transformem em uma patologia, é necessária a ajuda de um médico neurologista ou um terapeuta. Os pais devem sempre seguir as recomendações fornecidas por profissionais de confiança.
Do que as crianças têm medo ao longo de suas diferentes faixas etárias?
Durante a gravidez da mãe
Sim, é verdade. A sensação de medo começa a se aparecer para a criança ainda durante seu desenvolvimento intrauterino, quando a mãe fica muito ansiosa. Uma parte dos hormônios maternos é passada para filho através da placenta e, em resposta a isso, o bebê pode começar a apresentar uma forte ansiedade, demonstrada por movimentos bruscos e chutes. Dessa forma, os bebês expressam sua reação ao medo ainda na barriga da mãe.
Quando recém-nascido
A ansiedade em bebês está frequentemente associada a suas necessidades fisiológicas não atendidas. Mais tarde, surge a necessidade de contato emocional com a mãe. Caso a mãe seja fria e não expresse seu amor, se aproximando ou sorrindo pouco para o filho, a criança se torna mais mal-humorada e inquieta. Além disso, os bebês temem muito a separação de sua mãe, além de pessoas estranhas e barulhos altos.
1 a 3 anos de idade
A criança cresce e, com isso, suas atividades aumentam e também o seu desejo de explorar o mundo. De repente, uma mãe que sempre foi carinhosa e gentil começa a lhe estabelecer proibições, limita sua liberdade e começa a levantar a voz. Naturalmente, nessa situação, a criança começa a sentir uma maior inquietação e ansiedade.
Quando os adultos conseguem manter um equilíbrio entre o que é e o que não é permitido, a criança cresce tranquila e confiante. Elas vivenciam sua primeira experiência de explorar os perigos do mundo (por exemplo, sentir que o fogo queima, que o gelo é frio e a dor de um dedo preso na porta) e aprende a evitá-los.
Porém, se a vida da criança é cheia de restrições e proibições, em decorrência de uma abordagem excessivamente cuidadosa na família, a criança cresce como para se tornar um indivíduo ansioso, altamente dependente dos pais e com medo até mesmo da própria sombra.
As crianças também têm um enorme medo de sentir dor. Por isso, as birras frequentes antes de ir ao médico, o medo de injeções e outras intervenções médicas.
4 a 5 anos de idade
Aos quatro anos, as crianças começam a desenvolver o medo de alguns personagens fictícios (vampiros e monstros, Frankenstein, Godzilla). O medo dessas criaturas está associado a relacionamentos perturbadores com adultos, principalmente dentro da família. Os vampiros e monstros têm a imagem de serem maus e cruéis, o Frankenstein é frio e sem coração e já o Godzilla parece ser muito grande e malvado.
As crianças também temem o escuro e têm medo de adormecer e ficar em casa sozinhas. Isso se deve ao fato de, quando estão sem os pais, as crianças se sentem incapazes de se proteger dos perigos do mundo ao seu redor.
6 a 7 anos de idade
As crianças em idade pré-escolar começam a temer a morte, seja a sua própria ou a de seus pais.
Os medos do escuro e de ficar sozinha também continuam fortes, ao passo que o medo de personagens de contos de fadas é substituído pelo de fantasmas, monstros, personagens de desenhos animados mais violentos e jogos de computador.
8 a 11 anos de idade
Quando a criança passa a frequentar a escola, seus medos começam a desaparecer.
Mas, a essa altura, os chamados «medos escolares» surgem: chegar atrasado na aula, responder errado a uma pergunta do professor, professores rígidos e de outros colegas de classe.
Existe até o termo «fobia escolar», que é um medo excessivo de frequentar a escola. Frequentemente, esse medo está associado a fatos como uma criança «superprotegida» que é afetada pela separação de seus pais e acaba questionando sua capacidade de lidar com as responsabilidades da escola.
Os pais também podem, sem saber, contribuir para o desenvolvimento da «fobia escolar» em seus filhos quando monitoram constantemente se a lição de casa foi feita e demonstrando descontentamento exagerado com notas ruins.
Além disso, os alunos mais jovens têm medo de não atender os requisitos sociais: ser um mau aluno, um amigo não confiável, um filho ou uma filha que não é amada.
Além dos «medos escolares», as crianças nessa idade têm medo de desastres naturais: furacões, tornados, terremotos, além de fantasmas e pessoas mortas.
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11 a 16 anos de idade
Durante a adolescência, as crianças passam pelo início da puberdade, seu corpo muda, assim como sua voz, o peso pode aumentar ou diminuir. Portanto, muitos jovens começam a ter medo dessa mudança e de se tornarem pouco atraente para o sexo oposto.
O medo da morte também atinge seu auge nessa idade. As crianças podem ter medo de guerras, de serem diagnosticadas com uma doença grave e até de um ataque terrorista.
Os «medos sociais» também atingem o seu auge e são comuns os medos de serem ridicularizados, repreendidos, sofrerem uma rejeição coletiva ou bullying dos colegas.
As meninas são mais propensas a vivenciar estes medos do que os meninos, devido à sua sensibilidade e vulnerabilidade emocional.
Tanto na adolescência quanto na pré-escola, quanto mais rigorosos e intolerantes são os pais em relação aos seus filhos, maior será o número de medos que as crianças apresentam.
Os medos contribuem para a insegurança, o isolamento, o aumento da ansiedade e dos pensamentos depressivos no adolescente.
Principais causas dos medos infantis
1. Uma abordagem superprotetora aliada ao aumento da ansiedade dos pais.
Pais ansiosos e preocupados com tudo, inconscientemente, enviam uma mensagem para a criança: «Este mundo está cheio de perigos e você não será capaz de lidar com eles sozinho. Fique conosco o tempo todo e nós iremos proteger você».
São especialmente afetados as crianças que são filhos únicos em sua família.
Percebe-se ainda que a idade dos pais também desempenha um papel importante. Quanto mais velhos os pais, mais eles demonstram preocupação com a vida e a saúde de seus filhos.
2. Brigas e conflitos entre os pais, castigos físicos frequentes, principalmente pelo pai.
Uma criança em um ambiente como este cresce para se tornar um indivíduo tímido e inseguro.
3. Frieza emocional dos pais
O senso de confiança em relação ao mundo não é formado nesta criança e lhe faltará a sensação básica de estar protegida e segura.
4. Um trauma passado, medo.
Qualquer experiência negativa pode estar reprimida e causar um sentimento de medo no futuro. Por exemplo, se uma criança foi mordida por um cachorro na primeira infância, ela terá medo até mesmo de cães de pequeno porte no futuro.
5. Filmes, jogos de videogame e computador com personagens assustadores.
O pensamento crítico na criança ainda não foi desenvolvido e muitos começam a ter medo de monstros que vêem nos filmes e achar que existem no mundo real.
6. Transtornos mentais.
Crianças com transtornos mentais também são mais propensas a inúmeros medos. Isto é especialmente verdade para crianças com transtornos do espectro autista.
Como reconhecer o medo em uma criança?
Nos bebês, o medo é expresso através de uma quietude alarmante da criança ou, de modo oposto, em níveis exagerados de atividade, choro, tentativas de se esconder atrás da mãe ou mesmo fugindo. A fonte do medo, neste caso, não costuma ser difícil de ser identificada.
Crianças em idade pré-escolar e escolar, por outro lado, nem sempre conseguem expressar o que as assusta. Os pais devem estar alertas em casa de uma tensão constante em seu filho ou mesmo grande excitação, aumento da fadiga, sono inquieto, dores de cabeça frequentes, mau humor e choro sem motivo aparente. Tudo isso sugere que a criança está em um estado de medo e ansiedade crônico e requer a assistência de um psicólogo.
Os principais métodos para identificar medos em crianças com mais de três anos são a partir de desenhos («desenhe a família», «desenhe o que você tem medo»). As técnicas usadas também incluem «guarde seus medos dentro das casinhas» e «termine a história». Com a ajuda dessas técnicas, você pode descobrir o que assusta ou preocupa seu filho e quais são os medos que prevalecem nele.
No ensino médio e na adolescência, os psicólogos utilizam questionários que permitem avaliar o grau de estresse psicológico e emocional da criança, seu nível de ansiedade e sua predisposição à neurose.
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Como ajudar seu filho a lidar com seus medos?
Técnicas de Psicoterapia
Na luta contra os medos infantis, as técnicas psicoterapêuticas costumam ser mais eficazes e, com alguma preparação, os pais podem usar:
Desenho
Through drawing, children let out their feelings and emotions, desires and dreams, model reality, painlessly come into contact with their fears and unpleasant, traumatic images.
Try asking your child to draw what they fear most. After that, you can rip the drawing into pieces, or burn it, or throw it out of the window with the words «You have now defeated your fear. How brave and courageous you are!»
Jogos
Através de jogos de role playing (RPG), as crianças adquirem certas habilidades, aprendem formas de se comportar socialmente e assumem papéis diferentes.
A criança, entrando no jogo, atravessa a fronteira da timidez e do medo, experimenta vitórias e derrotas e ganha autoconfiança.
Nas escolas, o jogo «não tenho medo de histórias de horror» é usado com alguma frequência. As crianças se transformam e representa um personagem assustador (como Drácula ou Frankenstein) e fica parada como uma estátua. A criança que representar esse personagem da melhor maneira é então selecionada e considerada a vencedora da rodada.
Terapia baseada na contação de histórias
Este método é utilizado para ajudar no combate ao medo e a ansiedade em crianças a partir dos cinco anos de idade. Será escolhido um conto de fadas ou uma história é inventada com objetivo de refletir um determinado medo da criança. Ao longo da história, os personagens triunfam e derrotam o personagem assustador.
Uma criança, tendo como exemplo o comportamento desses personagens fictícios, aprende a enfrentar seus medos e a não ter receio em combatê-los.
Como superar os medos noturnos?
Para que uma criança durma tranquila em paz e sem pesadelos à noite, ela deve se sentir segura e saber que não está em perigo.
- Em hipótese alguma, não recrimine a criança por ela não estar se comportando bem e não quer dormir sozinha. Sente-se ao seu lado, acalme-a, faça um carinho e espere até que adormeça.
- Durante a tarde, a criança precisa de atividade física externas, como brincar ao ar livre.
- Cerca de 2 a 3 horas antes de dormir, a criança não deve:
- jogar no computadores;
- assistir desenhos animados com personagens que os assustam;
- entrar em brigas familiares;
- comer alimentos pesados;
- ficar em cômodos abafados;
- usar roupas apertadas e desconfortáveis para dormir.
- Adote uma rotina constante e determine um horário de dormir constante, seja em um dia útil ou fim de semana.
- Evite despertar as crianças de forma abrupta. A melhor maneira é que a mãe ou pai acorde a criança fazendo carinho nela; não use despertadores.
- Fortaleça a saúde de seu filho. Praticar esportes e manter um estilo de vida saudável será a melhor maneira de prevenir os medos noturnos.
Dicas para os pais
Ajudar as crianças a lidarem com seus medos significa entender seus sentimentos, ouvi-los e fortalecer sua confiança em si mesmos.
- Atividades coletivas com adultos e colegas, como caminhar, brincar, ir ao teatro ou ao circo e praticar esportes ajudam a criança a lidar com seus medos. Quanto mais as crianças se interessam por coisas diferentes, mais suas vidas são diferentes e menos elas se fixam em seu medo e ansiedade.
- Participe ativamente da vida de seu filho, mas não tente controlá-lo constantemente. A criança deve confiar e estar disposta a dividir seus segredos com você.
- Crie um ambiente tranquilo e confortável em casa, no qual a criança se sinta amada e protegida.
- Não assuste a criança com personagens de ficção sob nenhuma circunstância (por exemplo, «Se você se comportar mal, o fantasma vai te levar embora» etc).
- Não converse sobre desastres, acidentes, histórias sobre fantasmas, etc. com seu filho. As crianças são sensíveis e essas conversas podem continuar em sua memória por um longo tempo. Às vezes, os adultos ainda se lembram dos seus medos de infância e das histórias assustadoras os adultos lhe contavam.
- Estabeleça uma rotina diária para seu filho e siga-a mesmo nos fins de semana, feriados e férias.
- Reduza a quantidade de tempo que seu filho passa em aparelhos eletrônicos.
- Não menospreze o medo da criança, não tente explicar a eles que não há nada a temer. É melhor falar: «Estou com você e entendo que está com medo».
- Seja paciente. A maioria dos medos desaparece com a idade. A principal preocupação deve estar na qualidade da vida da criança que está envenenada por medos evitando que evoluam para uma patologia.
- A psicologia infantil está baseada no fato de a maioria dos medos surgem dentro da família. Preste atenção ao seu próprio bem-estar psicológico. Se você está ansioso e inquieto, tente não transmitir esses sentimentos para a criança.
- Não ignore os medos do seu filho. Se você não sabe o que fazer e nem como ajudar seu filho, consulte um psicólogo para obter uma orientação adequada.
Considere esses medos como uma fase inevitável da criação de uma criança e aceite-os sem ansiedade, condenação ou piadas, é claro. Se a criança sentir o amor e o cuidado dos adultos ao seu redor, é certo que vão se sentir apoiados e protegidos em qualquer situação e serão capazes de vencer por conta própria a batalha contra seus medos.
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