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Entrevista com um psicólgo

Como não criar uma criança egoísta sendo o filho único da família?

Uma grande parcela de adultos prefere ter famílias com apenas um filho. O que motiva essa decisão, geralmente, é o alto custo de sustentar uma família numerosa e falta de tempo dos pais para se dedicar na criação de dois ou mais filhos. No entanto, pais também podem enfrentar problemas ao criar um filho único. Você descobrirá mais sobre eles neste artigo.

Conteúdos:

As vantagens e desvantagens de ser o filho único da família

Prostock-studio/Shutterstock.com

Filhos únicos muitas vezes se ressentem de serem sozinhos na família e afirmam não ter companheiros em suas brincadeiras. Por outro lado, as crianças que crescem com irmãos mencionam uma menor atenção dos pais e conflitos constantes entre os irmãos.

A seguir, analisamos algumas vantagens e desvantagens de optar por ter apenas um filho.

Vantagens:

  1. A criança recebe todo amor, cuidado e atenção dos pais e parentes.
  2. Além dessa maior riqueza espiritual, o filho único da família também pode contar com a riqueza material. Eles não precisam compartilhar seus brinquedos, roupas ou material escolar com irmãos ou irmãs.
  3. Os pais dedicam muito mais dinheiro e energia à educação e criação de seu único filho. Essas crianças são matriculadas em todo tipo de atividade extracurricular, cursos de arte e atividades esportivas. Portanto, muitas vezes os filhos únicos se desenvolvem mais intelectualmente do que seus colegas que têm irmãos.

Desvantagens:

  1. O filho único pode se tornar o «ídolo» da família, transformando-se em um pequeno ditador cujos caprichos e vontades são cumpridos imediatamente por seus pais.
  2. Uma abordagem excessivamente cuidadosa dos pais pode levar ao surgimento de ansiedade e baixa autoestima nas crianças.
  3. O filho único muitas vezes se torna vítima das expectativas não cumpridas de seus pais.
  4. Os pais costumam colocar muitas expectativas sobre o filho único. Com isso, eles sentem a pressão de serem os melhores em tudo e não decepcionar os pais e desenvolvem a chamada «síndrome perfeccionista».
  5. Conforme a criança começa a interagir com seus colegas, percebe que não é a mais inteligente e perfeita. Os professores não atendem seus pedidos imediatamente e outras crianças nem sempre querem ser suas amigas. Como resultado, muitas crianças começam a ter dificuldades em se adaptar e formar amizades. Uma criança assim frequentemente acaba se isolando dos demais.

Ponto de vista de um profissional

Prostock-studio/Shutterstock.com

Professores, psicólogos e psicoterapeutas concordam que não é o número de crianças na família que define o seu bem-estar, mas sim uma criação consciente e madura. Somente em uma família com pais sensatos e compreensivos é que não há espaço para ciúmes e rivalidades e, consequentemente, o filho único não se torna um indivíduo egoísta. Famílias em que os pais amam seus filhos, mas não os colocam em um «pedestal». Onde as necessidades da criança são respeitadas, mas os pais não se apressam para atender aos caprichos e birras imediatamente. Onde os pais se preocupam, mas também oferecem a oportunidade de experimentar o mundo sozinho e adquirir conhecimento.

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Especificidades de criar um filho único

Na criação de um filho único, os pais podem se deparar com os seguintes problemas:

A criança passa muito tempo sozinha ou com seus dispositivos eletrônicos

Os filhos únicos têm dificuldade em fazer novos amigos pela sua falta de experiência em se comunicar com semelhantes, especialmente quando a criança é introvertida. Eles podem apresentar problemas de adaptação no ambiente escolar. Portanto, é importante que os pais não limitem a comunicação de seus filhos com seus amigos, convide-os para sua casa com mais frequência e visite amigos que também tenham filhos pequenos.

A criança é muito emocionalmente dependente dos pais

Os filhos únicos geralmente desenvolvem um vínculo emocional muito próximo com seus pais. Isso é ainda mais aparente em famílias monoparentais, em que a mãe dedica toda a sua atenção à criação do filho depois que fica sem o companheiro. Consequentemente, quando a criança cresce, ela pode ter dificuldade em se separar da família e seguir seu próprio caminho.

A criança se acostuma a ser o centro das atenções

Prostock-studio/Shutterstock.com

Ainda que a criança se beneficie do amor e da atenção de seus pais, avós e parentes, ela se sente como o centro do universo dentro de sua família. Isso faz com que tenha dificuldade em aceitar não ser constantemente elogiada pelos seus amigos e, ao longo do tempo, começa a perceber outras crianças mais inteligentes, fortes e capazes do que ela.

A criança só leva em consideração seus próprios sentimentos e não se importa com os sentimentos de seus pais. 

A família acaba desempenhando um papel central no desenvolvimento de um maior egoísmo dessa criança. Criar um filho com um «ídolo» na família leva ao desenvolvimento de um comportamento altamente consumista na criança, em que ela considera que todo mundo «lhe deve» alguma coisa.

Aqui está um exemplo de como os erros dos pais podem levar a consequências negativas.

Juliana é filha única, seus pais a tiveram já com uma idade mais avançada. Quando criança, ela sempre teve os melhores brinquedos e as roupas mais bonitas, os pais compravam tudo que ela queria. Ao mesmo tempo que estavam realmente preocupados com a saúde e o bem-estar da filha, já que sabiam que não teriam mais filhos. Juliana foi privada de longas caminhadas e da interação com crianças que sua mãe considerava serem «problemáticas». Seus pais também liberavam a menina das tarefas domésticas. Na escola, Juliana tentava fazer o possível para não decepcionar os pais, mas não tinha facilidade em todas as matérias. O sonho dos pais era ter uma filha médica. Por isso, começaram a preparar Juliana para ingressar na faculdade de medicina. Essa fase de preparação foi muito difícil para Juliana, a menina começou a chorar com frequência, estava sempre preocupada com as provas e surgiram problemas de saúde. Ao se formar na escola, os pais decidiram mandar Juliana para outra cidade, onde havia uma excelente faculdade de medicina. A menina se viu sozinha pela primeira vez, em uma cidade grande e sem a ajuda de seus pais. Ela não conseguiu fazer amigos, não se adaptou a viver em sua nova rotina, com novos professores e aulas. Um mês depois, os pais de Juliana tiveram que trazê-la de volta para casa depois que ela teve um colapso nervoso.

O que fazer se a criança estiver crescendo e se tornando um adulto egoísta?

Prostock-studio/Shutterstock.com

Em primeiro lugar, vamos definir o termo «egoísta»

O egoísmo é o tipo de comportamento direcionado exclusivamente para o seu próprio bem-estar pessoal, o que geralmente é conquistado em detrimento dos demais. É a manifestação do ego de uma pessoa, de seu próprio «eu», que dita o que deve ser feito para satisfazer suas próprias necessidades de todas as maneiras possíveis.

O surgimento do egoísmo em uma criança ocorre quando ainda está na barriga da mãe. Após o nascimento, o bebê requer uma grande atenção e exige que a mãe satisfaça todas as suas necessidades de alimentação, segurança, comunicação e todos os outros aspectos básicos. Portanto, o egoísmo é a base para a sobrevivência de um bebê.

É necessário distinguir o egoísmo saudável daquele que não é. O primeiro visa o desenvolvimento da pessoa, garantindo-lhe segurança e oferecendo os meios para construção do seu conhecimento do ambiente. Por outro lado, o egoísmo não saudável envolve o desenvolvimento de uma atitude consumista em relação aos outros e a falta de capacidade de ver os desejos e necessidades dos demais.

O egoísmo em crianças decorre de um erro cometido por adultos ao criar seus filhos. Se uma criança cresce sendo egoísta, isso significa que seus pais (provavelmente de forma inconsciente) atribuíram a eles este modelo de comportamento.

Erros comuns dos pais com o filho único e como evitá-los?

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As manifestações de egoísmo nas crianças e os erros dos pais podem ser diferentes. Aqui estão alguns deles.

  • «Eu e meu marido tentamos não sobrecarregar nossa filha com as tarefas domésticas. Acreditamos que, quando ela crescer, estará disposta a nos ajudar por conta própria. No entanto, ela agora tem 15 anos e não consegue nem varrer seu quarto. Ela espera que eu faça por ela»

O primeiro e único filho rapidamente se acostuma ao fato de que seus pais fazem tudo em seu nome. Isso vai desde amarrar os cadarços a organizar sua mochila da escola. Assim, quando os pais decidem que a criança já tem idade suficiente para lidar com essas tarefas, ela entra em um estado de choque e não compreende o motivo de ter que fazer aquilo. As crianças realmente não entendem por que devem fazer algo que seus pais sempre fizeram para elas.

Apresente as tarefas domésticas ao seu filho desde pequeno. Uma criança de 3 anos já é capaz de guardar seus brinquedos e se vestir. Aumente gradualmente as responsabilidades do seu filho. Verifique se todas as tarefas foram cumpridas e reconheça seu esforço em executá-las.

  • «Meu filho tem 1 ano e meio. Ele faz birras com muita frequência, quer ficar no colo o tempo todo, não quer dormir sozinho em sua cama. Eu tenho medo de que, quando ele crescer, ele se torne egoísta se eu atender a todos os seus pedidos»

As manifestações do egoísmo «saudável» até os 3 anos de idade são perfeitamente normais. É graças a ele que a criança interage com o mundo exterior e recebe uma resposta correspondente. A criança pode até fazer birras quando sentir um desconforto, dor ou quando quiser atenção. Além disso, a criança também consegue sentir a atmosfera tensa em sua família e reagir a ela.

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  • «Ouvi, por acaso, minha filha de 5 anos se exibindo para as amigas da escola. Ela estava dizendo que desenha melhor, que consegue subir a montanha mais alta e que vai ganhar o vestido mais bonito na peça da escola. Isso pode ser considerado um comportamento egoísta?

Durante a fase pré-escolar, as crianças geralmente querem exibir seus talentos e habilidades, além de receber elogios e admiração dos demais. Os pais incentivam esse comportamento dizendo a todos que seu filho é maravilhoso e conquista o que quiser com sua inteligência. No entanto, os pais muitas vezes não conseguem fazer uma avaliação isenta das realizações de seus filhos. Isso ocorre porque, aos seus olhos, a criança é sempre vista como alguém melhor e mais capaz do que os demais. Assim, a criança desenvolve uma autoestima excessiva e falta de autocrítica.

Tente demonstrar interesse não apenas pelos sucessos do seu filho, mas também dos seus amigos e colegas de classe, saiba o que eles fazem e quais são suas conquistas. Demonstre compaixão pelos amigos de seu filho que não foram bem em um teste e alegria por aquele que conquistou o primeiro lugar em uma competição.

Não é preciso elogiar seu filho por absolutamente tudo, ainda que muitos pais considerem esse o «caminho correto a se adotar». As crianças precisam desenvolver a habilidade do pensamento crítico em relação às suas próprias ações e às ações dos outros.

  • «Minha infância não foi cheia de alegria: meu pai tinha problema com bebida e minha mãe lutou muito para sobreviver. Não tive comidinhas gostosas ou brinquedos caros. Portanto, eu fiz questão de garantir isso tudo ao meu filho e comprava tudo o que ele pedia. Aos 5 anos, ele já tem seu tablet, um carro elétrico e só tem roupas de marca. Ele estuda em uma escola particular cara e foi aí que tudo começou: «Pai, eu quero passar o feriado em Miami como o João», «Pai, quero ter uma casa grande com uma piscina igual ao Daniel». Sem dúvida, eu dou muito ao meu filho, no entanto, minha capacidade financeira não é infinita. Só que meu filho fica chateado, começa a gritar que não está sendo bem cuidado pela família e que não o amamos. Eu realmente criei uma criança tão egocêntrica? Tudo o que eu queria era o melhor para ele, queria que ele tivesse tudo o que precisa…»

É com boas intenções que os pais geralmente contribuem para o surgimento de atitudes egoístas de uma criança, que é o que acontece quando a criança ganha prontamente tudo o que deseja. Na medida em que crescem, essas crianças se transformam em manipuladores habilidosos e verdadeiros «chantagistas». Suas vontades crescem e, com isso, aumenta sua confiança de que todos ao seu redor estão ali para satisfazer suas necessidades.

Se os pais não mudarem sua forma de lidar e educar os filhos, correm o risco de criar um indivíduo ganancioso e insensível, focado no consumo desenfreado e sempre colocando seus benefícios em primeiro lugar.

Quando surge um segundo filho na família

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Muitos pais, mais cedo ou mais tarde, decidem ter um segundo filho.

O que deve ser levado em consideração:

  • Defina suas prioridades corretamente. Não importa quanto tempo passou entre o nascimento do primeiro e do segundo filho. O mais importante é estar preparado para dar cuidado e atenção a duas crianças ao mesmo tempo. No entanto, os médicos recomendam que seja mantido um período de 1 ano e meio a 2 anos entre as gestações para o corpo da mulher se recuperar e se preparar para uma nova gestação;
  • A fim de evitar ciúmes e negatividade em seu filho, prepare-o para o nascimento de seu irmão ou irmã. Deixe que participe na escolha de brinquedos, móveis e outras necessidades para o recém-nascido;
  • Converse com seu filho mais velho sobre os cuidados básicos com o bebê. Explique que, a princípio, o irmãozinho não vai andar ou falar e que ficará apenas deitados na cama. Mais tarde, ele aprenderá a engatinhar e emitir sons, depois começará a andar, o que lhe permitirá brincar e passear com o irmão mais velho;
  • Caso o filho mais velho esteja disposto a ajudar com o recém-nascido, não recuse sua ajuda. Mas também não o faça de babá. A criança mais velha, assim como a mais nova, tem direito a aproveitar sua infância;
  • Corte imediatamente qualquer manifestação de ciúme. Sempre diga a seus filhos que mamãe e papai os amam igualmente;
  • De acordo com Caroll Crill Russell, especialista sênior em pesquisa comportamental infantil, tanto a criança mais velha quanto os pais precisam ser pacientes, pois demora entre 3 e 6 meses para que o primeiro filho se adapte com a presença do irmão mais novo. A pesquisadora destaca a importância de dedicar algum tempo para aproveitar um momento entre os pais e o filho mais velho.

Dicas para os pais

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  1. Seu filho é um indivíduo com suas próprias capacidades e talentos. Não tente «moldar» seu filho em um reflexo de si mesmo ou realizar os sonhos que você não alcançou através do seu filho, seja se tornar um ator, artista, músico etc. Permita que seu filho escolha seu próprio caminho.
  2. Não transforme ninguém em um ídolo, nem mesmo o seu filho.
  3. Não tente resolver todos os problemas no lugar do seu filho. Isso inclui lidar com coisas como: o dever de casa que não fez e gera a nota baixa, na arrumação da mochila ou esquecimento de material, o despertador no horário que pode fazer com que se atrase para a escola. A criança precisa entender que todas as suas ações, ou falta delas, terão consequências e ela será responsável.
  4. Ensine seu filho a enfrentar decepções e fracassos, pois ainda terá muitos na vida. Eles podem se sentir tristes depois de ir mal em um teste ou perder uma competição, mas depois devem aprender a se esforçar para ter sucesso na próxima vez.
  5. Desenvolva a autonomia do seu filho. Passe algumas tarefas domésticas para ele, por exemplo, cuidar dos animais ou plantas da casa.
  6. Incentive a comunicação do seu filho com colegas. Ensine como falar com as pessoas e fazer amigos.
  7. Estimule o desenvolvimento da inteligência emocional de seu filho. Converse sobre seus sentimentos, emoções e preocupações.
  8. Avalie as capacidades da criança de forma adequada e realista. Não elogie demais, mas também não menospreze seus sucessos e conquistas.
  9. Se você não consegue lidar com as manifestações de egoísmo do seu filho, deve buscar ajuda de um psicólogo que fornecerá a orientação sobre como criar a criança.

Existem diversos motivos que influenciam a decisão dos pais em ter apenas um filho. No entanto, essa criança tem todas as chances de crescer e se tornar uma pessoa bem-educada, generosa e empática. Afinal, o que realmente importa para o desenvolvimento correto da criança não é a presença de um irmão ou uma irmã, mas um ambiente calmo e amigável na família, bem como pais sensatos e amorosos.

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