“Mamãe, eu sou grande agora”: como se manifesta a crise dos 6 anos nas crianças
Muitos pais já ouviram falar de um fenômeno na vida da criança chamado de crise dos 3 anos, mas o que poucos sabem é que também existe uma nova crise dos 6 anos de idade. Portanto, quando uma criança atinge essa idade, é comum que deixe de ouvir os pais, faça cenas e tenha acessos de raiva. Nessa fase, os pais ficam confusos e não sabem exatamente como reagir. Alguns recorrem a medidas educacionais rígidas, enquanto outros recorrem a psicólogos acreditando ter algo de errado com seus filhos.
Diante disso, convidamos todos os pais a conhecerem mais sobre a crise dos 6 anos das crianças neste artigo.
Para começar, pare de superproteger a criança nessa idade e dê a ela uma liberdade compatível com o seu desenvolvimento. Para não ficar preocupado e garantir a segurança do seu filho, baixe o aplicativo Findmykids na AppStore ou GooglePlay. Com este app, você sempre saberá onde seu filho está, o que está fazendo e como estão as coisas na escola.
Conteúdos:
- O que você precisa conhecer sobre a “crise”
- Como os adultos podem superar essa crise?
- As consequências da crise
- Dicas de um psicólogo
O que você precisa conhecer sobre a “crise”
As razões por trás desta ocorrência
Na psicologia, os 6 anos costumam ser considerados uma idade crítica ou de transição. A criança está saindo da pré-escola, começa a frequentar o ensino fundamental e entra em uma nova rotina. Ela agora tem que prestar atenção na aula, fazer lição de casa, ouvir o professor e participar da vida escolar. Isso coloca a frágil psique da criança sob um exame minucioso. Você se lembra de como se sentiu quando teve que mudar de emprego ou ir para a universidade? Já é algo difícil e desesperador para um adulto passar por grandes mudanças, imagine para uma criança pequena, que até bem pouco tempo estava brincando com carrinhos no jardim de infância e tirando cochilos durante o dia.
Seu filho acabou de entrar para a escola? Para esta ocasião especial, reunimos os melhores conselhos e dicas de psicólogos sobre Adaptação infantil na escola: as dificuldades no primeiro e sexto ano do ensino fundamental.
No entanto, é um erro acreditar que a situação dessa crise se deve exclusivamente pela entrada na escola. Nessa fase, a criança adquire novas habilidades que irão ajudá-la a se adaptar com sucesso à vida escolar no futuro.
O que se segue está relacionado com:
Comportamento mais reservado
A criança perde sua espontaneidade infantil e se torna mais séria e focada. Ela aprende a dominar seu comportamento nas relações sociais, passa a seguir mais as regras e a tenta fazer o necessário, não mais apenas o que quer fazer.
Tomada de consciência de suas próprias preocupações
A criança nessa idade começa a descobrir seu próprio mundo interior, compreendendo mais a si mesma como indivíduo e assumindo suas diferenças em relação às outras pessoas.
Descoberta do mundo exterior
Por volta dos 6 anos de idade, a criança passa, gradualmente, dos jogos para atividades educativas. Ela se testa em novas situações e domina novas formas de comportamento. A criança recém saída da pré-escola passa a se interessar em conversar com adultos e discutir assuntos “como um adulto”. É comum também observar a tendência a evitar a companhia de crianças mais novas.
Assim, as causas dessa crise estão ligadas a própria formação do “Eu” social dessa criança, o surgimento de novas relações sociais com as outras pessoas ao seu redor, em um ambiente em que não predomina mais as crianças pequenas e sofre grande influência dos adultos que a cerca.
As principais características da crise de 7 anos
Todas as mudanças comportamentais na criança podem ser classificadas em 3 grupos:
- Sintomas de primeira categoria estão relacionados a ruptura ou a desobediência das regras familiares, a criança:
- é frequentemente grosseira;
- discute sobre tudo e demonstra uma teimosia constante;
- recusa-se a realizar uma tarefa sempre é solicitada;
- quebra brinquedos alegando estar de saco cheio deles.
- A segunda categoria envolve a necessidade de repetir o que os adultos fazem da seguinte forma:
- agindo de uma forma não natural e usando vozes diferentes ao falar;
- implicando com os adultos;
- pedindo para comprar roupas estilosas e novos aparelhos eletrônicos;
- apresentando mudanças de humor repentinas;
- ficando ofendida ao ser criticada ou quando riem dela.
- O terceiro grupo de indicadores está relacionado ao esforço da criança em se tornar independente:
- começa a demonstrar interesse nos assuntos familiares;
- participa das conversas com os adultos;
- passa a assumir novas responsabilidades.
Se você notar um ou mais dos sintomas de cada uma dessas categorias, significa que seu filho está passando pela crise dessa faixa etária. Lembre-se de que todas essas manifestações são importantes para o desenvolvimento da criança.
Particularidades de cada gênero
Meninos e meninas passam por essa fase de maneiras diferentes.
Psicólogos concordam que essa idade é mais difícil para as meninas. Uma menina que sempre foi estudiosa na escola pode começar a fazer birra em casa e assediar os pais com caprichos constantes. Além disso, as meninas nessa idade podem competir pela atenção de um professor ou de um belo colega de classe, o que também pode gerar conflitos.
Para ajudar sua filha nessa fase do desenvolvimento, elogie-a com mais frequência por suas boas notas e resultados escolares, demonstre interesse pelo relacionamento dela com os amigos e não critique o seu desejo de parecer mais “adulta”.
Aos seis anos, os meninos se esforçam para se provar. Eles querem provar que são os mais corajosos, os mais fortes e que são os melhores em tudo. Portanto, muitas vezes, os meninos dessa faixa etária se comportam de forma agressiva, irritam as meninas e competem entre si. Eles se interessam pelo que acontece ao seu redor, se esforçam para expressar sua opinião em todas as ocasiões e defender seu ponto de vista tanto quanto possível. Eventuais problemas de aprendizagem em meninos surgem da inquietação e da falta de concentração.
É importante diversificar a rotina escolar da criança com caminhadas, passeios e excursões nas quais ela tenha a chance de gastar energia acumulada e vivenciar ambientes novos com outras pessoas. Também é importante prestar atenção e incentivar esportes e brincadeiras ao ar livre.
Como é a crise pelos olhos da criança
Para entender como uma criança se sente nessa idade, você precisa observar o que acontece, sob a perspectiva dela. Aqui está o relato de um menino nessa faixa etária:
“Eu tenho 6 anos. Agora, estou crescido e já vou para a escola. Tenho uma mochila enorme e um uniforme escolar legal. Eu gosto muito de usar eles. Minha mãe agora diz pra todo mundo que eu sou grande. Então, eu tento me comportar como um adulto.
Ontem, eu quis lavar a louça sozinho e sem querer quebrei o copo da minha mãe. Ela brigou um tempão comigo dizendo que eu não devia ter feito isso porque eu não tenho cuidado. Mas eu já posso fazer tudo, é que o copo tava cheio de espuma e sabão e foi por isso que ele escorregou.
Outro dia, os amigos do meu pai vieram aqui em casa. Eles ficaram conversando sobre o aumento da conta de luz. Eu disse que a minha professora também não foi justa na minha nota do teste e queria aumentar e eles riram de mim. Eu só achei que se você pode aumentar o preço da luz, pode aumentar a nota do teste.
Tem um menino chamado Pedro na minha classe. Ele tá sempre brigando e xingando as meninas, ele ri muito alto na aula, mesmo sabendo que a professora vai chamar atenção. Eu queria ser como o Pedro. Quando falei dele pra minha mãe, ela disse ele é um valentão e que não posso ser amigo dele. Eu disse que ia ser mesmo assim e a minha mãe disse que eu ainda era uma criança e que tem um monte de coisas que ainda não entendo.
Mas como eu posso ser pequeno pra umas coisas e grande pra outras? Eu já estou no ensino fundamental, faço lição de casa, ajudo com as tarefas de casa…”
Perceba que os próprios pais costumam enfatizar que a criança está ficando “grande”, mas continuam a tratá-la como se fosse pequena. É daí que surgem as condições conflitantes nas quais a criança não sabe como agir corretamente. Seja para se comportar “como uma criança grande”, correndo o risco de se tornar objeto de crítica ou ser ridicularizada, ou para continuar a viver na infância, onde seus pais podem resolver todos os problemas em seu nome.
Como os adultos podem superar essa crise?
A crise dos 6 anos nasce de uma falha na abordagem dos pais durante a criação dos seus filhos. Algumas formas de influência que funcionavam com a criança já não são mais eficazes. Portanto, é importante que os pais sejam flexíveis e reflitam sobre seus pontos de vista sobre a educação da criança que está saindo da pré-escola.
Para começar, pare de superproteger seu filho e dê a uma liberdade compatível com o desenvolvimento da criança. Para não ficar preocupado e garantir a segurança do seu filho, baixe o aplicativo Findmykids na AppStore ou GooglePlay. Com este app, você sempre saberá onde seu filho está, o que está fazendo e como estão as coisas na escola.
10 coisas que os pais NÃO DEVEM FAZER:
- NÃO tente facilitar a vida da criança a todo momento.
- NÃO sobrecarregue com atividades extracurriculares e aulas depois da escola.
- NÃO force ou pressione a criança.
- NÃO critique seus amigos.
- NÃO ignore os problemas da criança na escola.
- NÃO repreenda ou ria dos seus erros ou falhas.
- NÃO fale mal da escola ou dos professores.
- NÃO compare seu filho a outras crianças.
- NÃO ridicularize ou recorra a violência física.
- NÃO aborreça a criança com conversas longas sobre ela estar crescendo.
O desejo de todos os pais é de sempre proteger a criança de todos os tipos de problemas que possam surgir. No entanto, se você supervisionar e corrigir constantemente cada passo que seu filho dê, ele nunca aprenderá a levar uma vida de forma independente.
A coisa mais sensata que os pais podem fazer ao enfrentar uma crise dos 6 anos é ensinar seus filhos a superar suas dificuldades sozinhos.
10 coisas que os pais DEVEM FAZER:
- TENHA mais momentos especiais com a criança.
- DEMONSTRE seu amor para seu filho ou sua filha através de abraços, beijos e palavras de incentivo.
- PERMITA que seu filho resolva seus problemas sozinho sempre que possível.
- ACEITE os traços individuais que tornam seu filho único.
- AJUDE a criança a se tornar mais autoconfiante.
- CONVERSE sobre todos os assuntos com a criança.
- ESCUTE seu filho com atenção e deixe ele expressar suas opiniões.
- SEPARE um tempo para brincadeiras e jogos.
- RIAM, brinquem e divirtam-se juntos.
- AJUDE com o dever de casa, mas apenas quando a criança pedir ajuda.
As consequências da crise
O desenrolar da crise de 6 anos depende muito de como os pais vão lidar com ela.
Se a mãe e o pai conseguem adotar a estratégia certa na criação dos filhos e aceitam suas mudanças de comportamento com tranquilidade, ao final da crise de 7 anos, o filho desenvolve o seguinte:
- uma atitude positiva em relação a escola e sua vida acadêmica;
- um novo papel social;
- vontade de aprender coisas novas e de buscar novos conhecimentos por conta própria;
- relações sociais saudáveis com os colegas;
- respeito aos seus professores;
- capacidade de seguir regras, definir metas e alcançar resultados.
Quando os pais são excessivamente exigentes com a criança, dando muita atenção ao desempenho acadêmico e ignorando outras questões escolares, a criança pode experimentar fenômenos como um desajuste escolar. Isso significa que a criança pode apresentar:
- perda de interesse nos estudos e uma queda no rendimento escolar;
- insegurança em suas atitudes e uma baixa autoestima;
- conflitos com professores e colegas de classe;
- problemas de saúde, como insônia e distúrbios alimentares, cansaço e dores de cabeça frequentes.
Dicas de um psicólogo
A crise dos 6 anos é uma etapa vital do desenvolvimento da criança. É por isso que os pais precisam ter bastante paciência nesse período e optar pela estratégia certa de criação de seus filhos:
- peça a opinião da criança sobre as questões familiares, escute seus conselhos;
- elogie a criança por suas conquistas e apoie seus novos projetos;
As crianças precisam do apoio dos pais em todas as fases da vida. Portanto, não ignore os problemas delas na escola ou com os colegas, ainda que possam parecer bobos e insignificantes para você. Um professor chamar uma criança de desleixada na frente de toda a classe pode ser um evento traumático, o mesmo acontece quando um colega coloca o pé na frente e ela tropeça na frente de todos durante o intervalo. Eventos como estes afetam ainda mais as crianças ansiosas, tímidas e fechadas.
- converse sobre todos os aspectos da vida escolar com seu filho, não foque apenas em suas notas. Quais são perguntas mais comuns dos pais quando a criança chega da escola? Sim, isso mesmo: “qual foi a nota no teste?” e “você tirou alguma nota baixa?”. No entanto, existem diversas outras perguntas novas e interessantes que podem ser feitas para a criança: o que ela aprendeu durante o dia, qual aula e qual professor ela mais gosta, além de outras coisas muito mais importantes do que notas;
- a criança quer independência? Dê isso a ela. Deixe-a arrumar sua mochila, fazer o dever de casa e colocar o despertador sozinha. Essas são tarefas que devem ser da responsabilidade da criança;
- como em qualquer outra crise de idade, algumas coisas não mudam. Se você estabelece alguma proibição, mantenha-a, independente das circunstâncias;
- não faça do seu filho um prisioneiro dos sonhos que você não realizou. Se você ficar acordado até tarde da noite com eles, obrigando-o a refazer a tarefa por causa de um pequeno erro, perceba que você está satisfazendo as suas próprias ambições. Se sua filha quer jogar futebol, mas você matricula na dança porque esse era o seu sonho, novamente, estas são as suas ambições. Deixe seu filho ou filha viver a sua própria vida. Dê a possibilidade da criança escolher o que lhe interessa, cometer seus próprios erros e aprender sobre o mundo ao seu redor através das suas experiências;
- um planejamento semanal claro pode deixar a sua vida e a de seu filho muito mais fácil. O tempo de uso de aparelhos eletrônicos deve ser limitado;
- uma criança de 6 anos já tem uma série de exigências na escola. Por isso, frases como “você precisa”, “se apresse” e “faça agora” podem despertar na criança uma reação negativa. Procure transmitir a informação na forma de “perguntas” e sempre mantenha um tom de voz calmo;
- não se concentre apenas nos erros da criança. Lembre-se de que a única pessoa que não comete erros é aquela que não faz ou experimenta nada;
- se os sintomas da crise dos 6 anos forem muito evidentes e a criança não quiser ir à escola, se tornar agressiva ou grosseira, procure ajuda de um psicólogo infantil, até mesmo o da escola pode ajudar.
A crise dos 6 anos é uma fase completamente normal na vida de uma criança. Algumas pesquisas de psicólogos mostram que as crianças que apresentam sintomas evidentes dessa crise acabam se adaptando melhor à escola do que aquelas que apresentavam sintomas “sutis”. Portanto, não precisa ter medo. Este é apenas mais um passo no desenvolvimento para criança de 7 anos e o adulto que ele vai se tornar!
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